Estatal será leiloada nesta sexta-feira, na B3, na capital paulista; expectativa é que negócio gere, pelo menos, R$ 780 milhões
Nesta sexta-feira (19) acontecerá a primeira privatização do governo de Tarcísio de Freitas Bolsa de Valores de São Paulo (B3), oferecendo ao mercado 14,7 milhões de ações da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). A Emae, sendo a última estatal de energia do estado de São Paulo, adota um modelo de privatização semelhante ao proposto para a Sabesp, com a venda de ações ao mercado.
A operação é vista como uma prévia do que está por vir com a privatização da empresa de saneamento paulista, onde as ações atualmente nas mãos do governo paulista serão ofertadas ao mercado entre os meses de junho e julho.
Entre os concorrentes, destacam-se a francesa EDF, a Matrix Energy e o Fundo Phoenix, todos entregando propostas para a aquisição das ações da Emae. O vencedor do certame será o consórcio que apresentar o maior valor por ação, ultrapassando o preço mínimo estabelecido pelo edital, fixado em R$ 52,85.
O valor de referência da privatização, sem ágio, está estipulado em R$ 779,815 milhões. Contudo, a expectativa é que as empresas interessadas ofereçam lances acima desse valor mínimo. Atualmente, o governo paulista detém mais de 97% das ações ordinárias (EMAE3) da estatal, enquanto a Eletrobras possui cerca de 64% das ações preferenciais (EMAE4) da companhia.
Além das 14,7 milhões de ações em posse do governo, outras 350 mil estão sob controle do Metrô de São Paulo.
“Temos uma boa expectativa de disputa e esperamos até que o leilão vá para o viva-voz”, afirmou o secretário de Parcerias em Investimentos do estado, Rafael Benini.
Os envelopes contendo as propostas das interessadas serão abertos nesta tarde, a partir das 15h. Caso haja propostas com valores iguais ou até 20% inferiores à maior oferta, ocorrerá uma disputa no viva-voz. As empresas interessadas foram obrigadas a apresentar garantias financeiras equivalentes a 1% do valor total estipulado para a alienação das ações.
Sobre a Emae
Criada em 1998, após o processo de cisão da Eletropaulo, a empresa opera um sistema hidráulico e gerador de energia entre a região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e médio Tietê. No total, tem capacidade de gerar quase 1 mil megawatts (MW), suficiente para abastecer 825 mil residências na Grande São Paulo.
A hidrelétrica de Henry Borden é o principal ativo da empresa. Inaugurada em 1920 e localizada no pé da Serra do Mar, a usina produz sozinha 889 MW. O portfólio conta ainda com outras três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), oito barragens e duas usinas elevatórias. A empresa também tem papel importante no controle das cheias no Estado, regulando os níveis dos rios Pinheiros e Tietê e ajudando a prevenir alagamentos. Para isso, é feito o bombeamento das águas do rio para o Reservatório Billings.
Outro serviço prestado pela Emae é a travessia por meio de balsa. A empresa transporta diariamente, 24 horas por dia, pessoas e veículos nas travessias Bororé, Taquacetuba e João Basso. “Mensalmente, o serviço da Emae realiza uma média de 14 mil viagens e transporta gratuitamente 161 mil passageiros e 158 mil veículos”, informar o Governo do Estado.
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