Ex-PM admitiu o assassinato da vereadora e de seu motorista; júri ocorre seis anos após o crime
No primeiro dia de julgamento no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o ex-policial militar Ronnie Lessa, réu pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, confessou ter disparado contra a vereadora e pediu desculpas às famílias das vítimas. Em seu depoimento, feito por videoconferência do Complexo Penitenciário de Tremembé (SP), Lessa afirmou ter sido seduzido pela promessa de um lucro exorbitante de R$ 25 milhões, que supostamente lhe permitiria explorar uma área na zona oeste do Rio.
“Com absoluta sinceridade e arrependimento, peço perdão às famílias do Anderson, da Marielle, à minha própria e à da dona Fernanda [Chaves, sobrevivente do atentado], assim como a toda a sociedade pelos fatídicos atos que nos trazem aqui”, declarou Lessa. Segundo ele, a motivação do crime estaria ligada a interesses da família Brazão, nome de influência na região, que se sentia ameaçada pela atuação da vereadora em esquemas de grilagem de terras.
O ex-PM revelou que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão teriam encomendado a execução de Marielle, buscando barrar suas ações políticas. A defesa dos acusados contesta, e o caso dos irmãos Brazão tramita em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF).
No auditório do TJ-RJ, o julgamento foi acompanhado com forte emoção. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, ao lado da viúva Mônica Benício e da filha Luyara Franco, assistiu ao pedido de perdão de Lessa com expressões de incredulidade e tensão. Também presente, Marcelo Freixo, presidente da Embratur, ex-assessor de Marielle, acompanhou a cena visivelmente emocionado.
Após mais de seis anos do crime que abalou o país, o júri popular traz Lessa e o ex-policial Élcio de Queiroz como réus pelo assassinato de Marielle e Anderson, ambos confessos e detidos desde 2019.
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