Presidente da Câmara sinalizou que esforços do governo precisam ser maiores para alcançar metas cruciais no primeiro ano de mandato
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros pressionam o parlamento e sinalizam que a aprovação da reforma tributária precisa ser feita ainda no primeiro semestre, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira (6) que a base do governo no Congresso ainda é insuficiente para aprovar matérias que exigem votos para a alterar a Constituição.
Em um encontro com empresários na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Lira ressaltou que a população escolheu nas urnas um governo de centro-esquerda, mas, em contraposição, elegeu um Legislativo mais liberal e reformista. Ele defendeu a criação do grupo de trabalho para analisar a reforma tributária, medida criticada por parlamentares que defendem a análise em comissão especial. O GT é composto por 12 deputados, que representam os principais partidos da Câmara. As reuniões começaram na semana passada.
Ainda nesta segunda, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defendeu a celeridade da matéria na Câmara. Para ele, os tributos que incidem sobre mercadorias e serviços, que são federais, estaduais e municipais, deveriam ser unificados em um único imposto, no mesmo modelo usado em outros países. “O mundo inteiro tem IVA [Imposto sobre Valor Agregado]. Nós temos PIS, Confins, ICMS, ISS. O mundo inteiro tem um [tributo sobre mercadorias e serviços]”, declarou.
Alckmin considera a mudança fundamental para melhorar a competitividade das indústrias brasileiras, que sofrem com a alta complexidade do sistema tributário. “Nós estamos tendo uma desindustrialização precoce. Nós não somos um país rico, somos um país em desenvolvimento. Nós precisamos de uma agenda de competitividade”, ressaltou.