Resultado afastou ameaça bolsonarista, que poderia pautar impeachment de ministros do STF. Lira teve a maior votação da história
Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, foram reconduzidos às presidência do Legislativo nesta quarta-feira (1°). Pacheco foi reeleito com 49 votos, ante a 32 votos do senador Rogério Marinho (PL-RN), recém-empossado. Momentos antes da sessão, o presidente do Senado tinha o apoio aberto de 51 parlamentares, contra 23 do candidato bolsonarista. O resultado afastou a ameaça de vitória do bloco oposicionista que planejava pautar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubando o papel da instituição contra o autoritarismo do ex-mandatário, que contesta o resultado das eleições e aponta sem provas uma grande fraude nas urnas eletrônicas.
Já Arthur Lira foi reeleito com 464 votos – maior votação atingida por um presidente da Câmara na história. O parlamentar é o representante do bloco de apoio governista que abarca 21 partidos e 496 congressistas: PT, PL, União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, PSDB, Cidadania, Podemos, PSC, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Pros, Patriota e PTB.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) também disputou a vaga, obtendo o apoio da federação formada por seu partido e do Rede, com 20 votos. O deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS), que foi da base bolsonarista, contou apenas com 19 votos.
Com as eleições no Legislativo favorecendo o governo federal, é possível afirmar que agora Lula terá melhor desenvoltura para aprovar suas promessas de campanha. Na prática, seu governo começa agora.
Alguns senadores eleitos foram escolhidos pelo presidente Lula para compor o primeiro escalão do governo. Flávio Dino (PSB-MA) virou ministro da Justiça; Wellington Dias (PT-PI)foi para o Desenvolvimento Social; Camilo Santana (PT-CE), à Educação; e Renan Filho (MDB-AL), aos Transportes. Segundo a Constituição, o parlamentar que assume cargo de ministro não perde o mandato no Congresso. Logo após serem empossados como senadores, os quatro devem retornar aos ministérios e deixar as cadeiras com os suplentes de suas respectivas chapas.
