Desenvolvida pela empresa indiana Bharat Biotech, a vacina Covaxin não é cercada de tantas expectativas quanto suas concorrentes contra a covid-19 estudadas pela AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Moderna, Sinovac, Glaxo, Johnson & Johnson, Novavax, Sanofi e Merck. Correndo por fora, o imunizante candidato entrou na terceira fase de testes clínicos, a última antes de ser submetido às agências reguladoras de saúde mundo afora. Nas duas primeiras etapas, o composto experimental apresentou resposta imune e não registrou efeitos adversos graves. Nesta terceira fase, foram selecionados mais 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia, incluindo pessoas com idade avançada ou sofrendo de comorbidades.
A tecnologia a partir de vírus inativo – como os inoculantes contra poliomielite e influenza – permite acondicionamento da Covaxin entre 2° a 8°C, tornando a logística de vacinação em massa mais fácil e adequada aos países em desenvolvimento ou com populações vivendo em áreas isoladas. A previsão é de lançamento em fevereiro de 2021, com validade por até 24 meses.
Com 14 vacinas, 5 medicamentos biológicos e exportações para 118 países, a Bharat Biotech criou a Covaxin em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) e parcerias com a Fundação Bill & Melinda Gates, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Universidade de Oxford – que também colabora com a AstraZeneca. A Índia é o segundo país com mais casos registrados na pandemia (9.767.371, nesta quarta-feira, 9) e o terceiro em vítimas fatais (141.772, nesta quarta-feira, 9).
De acordo com a empresa, já foi feito um contato inicial com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para submissão contínua dos resultados, uma etapa necessária para o registro no Brasil.