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Lula fala mais do ataque que do Brasil

Segundo o petista, Bolsonaro esperaria voltar ao país na glória de um golpe

Em sua primeira entrevista exclusiva desde o começo deste terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dedicou a maior parte do tempo para atacar os possíveis culpados pelos atos golpistas de 8 de janeiro às sedes dos 3 Poderes. O petista ficou com a “impressão” de que os atos de vandalismo fossem o começo de um golpe de estado. Lula também indicou que os setores de inteligência do governo federal não conseguiram prever as intenções e as dimensões dos ataques dos apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações foram concedidas à comentarista Natuza Nery, da GloboNews.

“Nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI [Gabinete de Segurança Institucional], nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República, ou seja, que poderia ter acontecido isso”, afirmou Lula.

O chefe do Executivo sugeriu ainda que Bolsonaro teria conhecimento sobre os atos golpistas e que seus apoiadores estariam acatando sua ordem e orientação. “E o silêncio dele, mesmo depois do acontecimento aqui, me dava a impressão que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que tinha a ver com aquilo que estava acontecendo. Obviamente que quem vai provar isso são, sabe, as investigações. Possivelmente o Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe, sabe?”, completou Lula. Ainda no assunto, fez questão de abordar a conduta do então secretário de Segurança de Brasília, Anderson Torres, e previu possíveis resultados da CPI contra os golpistas.

Para uma primeira conversa exclusiva, o petista pecou pelo pouco aprofundamento de pautas prioritárias do governo, como reforma tributária, contas públicas, saúde, Educação, política externa e desmatamento. Por mais que a Justiça e as forças de segurança estejam na condução dos atos de 8 de janeiro, o governo parece querer parar no tempo e remoer os prejuízos, mesmo contando com amplo apoio e simpatias internas e externas por força das circunstâncias.

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