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Lula pode ser impopular e, ainda assim, vencer em 2026?

A resposta à pergunta feita no título deste artigo resume-se a uma palavra: sim. Mas como isso é possível, se as pesquisas apontam uma reprovação crescente em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Um político pode ser impopular e ganhar eleições? Novamente, a resposta é afirmativa. Neste caso específico, tudo depende de quem será o principal adversário em 2026 do atual presidente e qual será o seu desempenho nas urnas das regiões Sul e Sudeste e do Nordeste.

A fórmula da vitória de Lula nas últimas eleições foi simples: perder por pouco nos estados que ficam abaixo de Minas Gerais e ganhar por uma margem enorme no Nordeste. A compilação desses sufrágios acabou resultando em uma vitória apertada para o PT em 2022.

O Instituto Quaest divulgou ontem uma nova pesquisa sobre o nível de aprovação do presidente Lula em oito estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os números são preocupantes para o Planalto. Em São Paulo, no mês de abril do ano passado, 48% desaprovavam Lula e 50% aprovavam. Agora, 69% o reprovam e apenas 29% o apoiam. Na Bahia, houve uma reviravolta: a aprovação caiu de 69% para 47%, enquanto o índice de desaprovação subiu de 29% para 51%.

A pesquisa também testou alguns cenários eleitorais. Quando o governador Tarcísio de Freitas é confrontado com Lula, o resultado mostra que impopularidade é uma coisa e intenção de voto é outra.

O governador venceria Lula por 54% a 30% em São Paulo, 46% a 29% em Goiás e 46% a 30% no Paraná. Haveria empate técnico com vantagem numérica para Tarcísio em Minas Gerais (40% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%). Lula derrotaria Tarcísio na Bahia (59% a 25%) e em Pernambuco (58% a 26%). Por fim, no Rio de Janeiro, há empate técnico com liderança de Lula (39% a 35%).

O estudo também mostra o que aconteceria se Jair Bolsonaro, Pablo Marçal e Gusttavo Lima fossem os oponentes de Lula, com resultados mais ou menos iguais aos de Tarcísio.

Comparemos os índices de impopularidade de Lula com suas intenções de voto. Em São Paulo, por exemplo, ele é reprovado por 69% e teria 30% de apoio dos eleitores. Neste caso, há total coerência entre os números.

No Nordeste, entretanto, a pesquisa tem resultados conflitantes. A impopularidade de Lula chega a 51%. Mas, caso Tarcísio seja seu rival, ele teria 59% dos votos. Já em Pernambuco, sua desaprovação é de 49% (era de 27% em abril de 2024). Mas ele obteria 58% dos votos contra o governador paulista.

O que se conclui diante destes números? Há um grupo de eleitores que estão insatisfeitos com a gestão do presidente, mas ainda assim votariam nele por questões ideológicas. Isso é um fator de ânimo para os petistas.

Por outro lado, o descontentamento com Lula pode ampliar a vantagem que um eventual candidato Tarcísio viria a ter no Sul e no Sudeste e reduzir a desvantagem nos estados nordestinos. Comparemos a pesquisa com os números obtidos por Bolsonaro em 2022 (sempre lembrando a máxima do futebolista Didi que dizia: “Treino é treino, jogo é jogo”). Tarcísio venceria em São Paulo por 54% a 30%. Em votos válidos, isso quer dizer 64% contra 36%, uma vantagem superior à de Bolsonaro (55%) contra Lula (44%). Na Bahia, o presidente derrotaria o rival por um placar de 59% a 25%. No universo dos votos válidos, isso quer dizer 70% a 30%, uma dianteira menor que a de 2022 (72% versus 27%).

O cenário de 2026, no entanto, ainda não está totalmente formado. Para início de conversa, Tarcísio ainda não aceitou ser candidato a presidente – e talvez concorra somente à reeleição. Lula também pode ou não ser postulante. Bolsonaro está inelegível, mas essa situação pode mudar. Enfim, por enquanto, temos apenas especulações. Mas qualquer análise política, daqui para frente, precisa levar em consideração que a desvantagem da esquerda nas regiões Sul e Sudeste deverá ser bem maior que em 2022. Isso pode mudar todo o jogo para o pleito do ano que vem.

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