Na CNN, petista enfrentou sua sabatina mais dura sobre economia e corrupção
Líder das pesquisas de intenções de votos para o primeiro e um provável segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de sua sabatina mais difícil na noite desta segunda-feira (12), na CNN Brasil. Perante o jornalista William Waak, no “WW Especial: Presidenciáveis”, foi questionado de modo incisivo sobre as contradições de suas propostas, pois de um lado defende fartas políticas sociais a serem bancadas por bancos públicos e de outro, sobriedade nas contas públicas e buscas por investimentos e pelo protagonismo internacional perdido.
Pragmático e com frases de efeito, admitiu os problemas de corrupção nos mandatos petistas e o que pode enfrentar diante do presente clima tóxico na política. Nesse ponto, Lula atacou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que se beneficiou do ambiente polarizado e que faz questão de alimentar junto à sua militância, que acumula casos de agressão e desrespeito. Temperatura criada grandemente pela Lava-Jato, que o condenou até ser solto pelo STF.
Para contrapor esta situação, que para ele foi inaugurada ainda em 2014, por Aécio Neves (PSDB), quando não aceitou a derrota para Dilma Rousseff (PT), Lula promete negociar com a classe política, elegendo prioridades junto aos novos governadores e acabando com o Orçamento Secreto, que tirou do Executivo a capacidade de definir os gastos. Ou seja, acabou com o protagonismo do Executivo na direção do país.
Mais até do que a corrupção, o que exigiu mais fôlego de Lula foram os questionamentos de Waack justamente sobre a falta de recursos para induzir o desenvolvimento – o que ampliou o déficit nos mandatos de Dilma. Se uma eventual administração petista tentar apostar nesse caminho que tem destino já conhecido, o rombo nas contas ficaria cada vez maior. O único argumento convivencente do candidato foi remeter ao passado, quando se valeu de um momento da economia global para induzir o desenvolvimento – um cenário que hoje inexiste -, como que invocando um certo pensamento mágico na política.
Outro ponto sensível é a relações desequilibrada entre o agronegócio e as demandas ambientais. Lula disse que lutará por consenso, pois entende que há gente séria em todas as áreas. Em todas as oportunidades, se valeu de seu mantra: “Nunca na história desse país”.
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM organizarão um novo debate entre os candidatos, previsto para ir ao ar ao vivo, no sábado, 24 de setembro.
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