O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta segunda-feira (4) o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. Para Maia, Heleno virou “um auxiliar do radicalismo” do escritor Olavo de Carvalho, considerado o guru da ala ideológica que integra o governo do presidente Jair Bolsonaro. A fala do presidente da Câmara foi uma resposta ao comentário do ministro sobre o episódio envolvendo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que cogitou “um novo AI-5” no Brasil em caso de radicalização da esquerda. Na última semana, em entrevista ao Estadão, Heleno disse que não tinha conhecimento do teor das declarações de Eduardo, mas ressaltou que algo deveria ser feito se o país registrasse protestos semelhantes ao Chile.
“Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter. Mas até chegar a esse ponto tem um caminho longo”, disse o ministro em referência ao “novo AI-5”.
Hoje, Maia informou que há um pedido para convocação do general para prestar esclarecimentos na Câmara.
“Acho que a frase dele foi grave. Além disso ainda fez críticas ao Parlamento, como se o Parlamento fosse um problema para o Brasil. É uma cabeça ideológica. Infelizmente o general Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. É uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nessa linha”, afirmou o parlamentar.