Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) constataram que a disseminação da covid-19 na cidade de São Paulo nunca foi tão alta. A taxa de infecção nesta quarta-feira (26) está em 1,79, o que significa que a cada grupo 100 doentes outros 179 serão contaminados.
O pico anterior da pandemia ocorreu em março de 2021, durante a segunda onda, quando o índice atingiu 1,70. O número atual está em aceleração, e a previsão é que em 31 de janeiro a taxa de transmissão chegue a 1,86. A diferença central é que desta vez a taxa de letalidade está bem menor por causa da vacinação em massa.
Mesmo assim, o aumento no número de casos nas últimas semanas elevou o total de mortes e fez com que a doença voltasse a ser a principal causa de óbitos no Brasil. O que não ocorria desde a semana entre 10 e 16 de outubro de 2021.
De acordo com dados dos cartórios de registro civil, a semana que se encerrou no sábado (22) teve 1.976 declarações atualizadas de óbitos por covid-19. O número supera em 53% as 1.293 vítimas por AVC (acidente vascular cerebral), principal causa mortis entre o final de outubro e início de janeiro. O total de óbitos pela covid-19 não ficava mais de 50% acima das duas outras principais causas de morte (AVC e infarto) desde a semana entre 5 e 11 de setembro de 2021, período em que as infecções já estavam diminuindo por causa da vacinação.