Resultado foi divulgado no dia de novo ato pró-anistia liderado por Bolsonaro
Uma pesquisa divulgada neste domingo (6) pelo instituto Genial/Quaest revela que a maioria da população brasileira é contrária à soltura dos condenados por envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados preferem que os envolvidos permaneçam presos, enquanto 34% defendem a libertação dos detidos.
O resultado da sondagem foi divulgado no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados realizam um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa da anistia aos participantes dos ataques. O evento reúne, além de Bolsonaro, sua esposa Michelle Bolsonaro, parlamentares e governadores da base aliada. Esta é a segunda manifestação com essa pauta — a primeira aconteceu em março, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, de acordo com estimativa da Universidade de São Paulo (USP), apesar dos organizadores falarem em 1 milhão.
A pesquisa mostra que entre os que apoiam a anistia, 18% consideram que os condenados nem deveriam estar presos, enquanto outros 16% afirmam que o tempo de detenção já foi suficiente. A divisão de opiniões se intensifica quando observado o perfil político dos entrevistados: 77% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são contrários à anistia, ao passo que 61% dos apoiadores de Bolsonaro se mostram favoráveis à liberação dos detidos. Ainda assim, 32% dos bolsonaristas ouvidos se opõem à anistia.
O levantamento foi realizado entre os dias 27 e 31 de março, com 2.004 entrevistas presenciais em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança da pesquisa é de 95%. O estudo foi encomendado pela Genial Investimentos.