Acordo judicial soma US$ 60 milhões e envolve Eucatex e offshores. Valor será pago de um só vez. MP também quer US$ 250 milhões de seu patrimônio pessoal
A Justiça de São Paulo homologou o acordo entre o Ministério Público (MP), a Procuradoria-Geral do Município e empresas envolvidas no escândalo de desvios de verbas da Prefeitura de São Paulo durante a gestão Paulo Maluf (1993-1996). O ex-prefeito, de 91 anos, devolverá US$ 44 milhões aos cofres municipais. O valor total chega a US$ 60 milhões (cerca de R$ 310 milhões), incluídas as custas dos processos internacionais. O montante deve ser pago de uma só vez.
A sentença da 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça (TJ-SP) também encerrou o processo judicial contra a Eucatex (pertencente à família Maluf) e as offshores Kildare, Durant e MacDoel, que serviram de intermediárias para que o dinheiro fosse desviado. Os valores foram subtraídos ilegalmente das obras da Avenida Jornalista Roberto Marinho e do Túnel Ayrton Senna. Em 2017, o ex-prefeito foi condenado a 9 anos e sete meses de prisão pelo caso. Maluf cumpre prisão domiciliar em função de sua idade avançada e problemas de saúde. O MP também pede o pagamento de US$ 250 milhões de Maluf a partir de seus patrimônios pessoais.
Segundo a investigação dos promotores Silvio Marques, Karyna Mori e José Carlos Blatt, os US$ 300 milhões desviados foram para contas bancárias em paraísos fiscais como ilhas Jersey, Suíça e Ilhas Virgens Britânicas.
A família Maluf já respondeu a processos em outros três países pelo caso. O ex-prefeito e seu filho tiveram a prisão decretada nos Estados Unidos e na França, além do pagamento de multas, entrando na lista de difusão vermelha da Interpol à época.
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