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Mantega deixa transição e abre primeira crise pré-governo

Ex-ministro da Fazenda e do Planejamento foi inabilitado pelo TCU a exercer cargos públicos por causa de pedaladas fiscais

O ex-ministro petista Guido Mantega anunciou nesta quinta-feira (17) sua renúncia à equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em carta endereçada ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o ex-ministro do Planejamento (2003-2004) e da Fazenda (2006-2015) dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT) alegou que, com sua atuação na transição, adversários pretendiam tumultuar e criar dificuldades para o novo governo. Sua saída foi justificada por ele ter se tornado um alvo da oposição.

Com isso, foi criada a primeira crise do pré-governo Lula, que tinha no ex-ministro uma figura de confiança e de difícil substituição entre os petistas. Mantega foi inabilitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a exercer cargo em comissão ou função de confiança na administração pública federal por punição envolvendo o caso das pedaladas fiscais, ainda no governo Dilma.

Antes da crise eclodir, Mantega provocou os bolsonaristas ao criticar a indicação por parte do governo Bolsonaro do economista Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Goldfajn foi presidente do Banco Central (BC) no governo Temer e no início do período de Bolsonaro (2016-2019) e é diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI). A eleição para o BID ocorre neste domingo (20).

Confira a carta na íntegra

São Paulo, 17 de novembro de 2022.

Prezado vice-presidente Geraldo Alckmin, coordenador Geral da Equipe de Transição

Aceitei com alegria o convite para participar do Grupo de Transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula.

Entretanto, em face de um procedimento administrativo do TCU, que me responsabilizou indevidamente, enquanto ministro da Fazenda, por praticar a suposta postergação de despesas no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, aceitei trabalhar na equipe como colaborador não remunerado, sem cargo público, para não contrariar a decisão que me impedia de exercer funções públicas por 8 anos.

Mesmo assim essa minha condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo.

Diante disso, resolvi solicitar meu afastamento da equipe de transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública. Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou minha reputação.

Agradecendo a confiança,

Atenciosamente,

Guido Mantega

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