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Manter um funcionário fantasma é delito grave?

O candidato Jair Bolsonaro exonerou, nesta semana, Walderice da Conceição, sua assessora parlamentar. O nome de Wal, como é conhecida, veio à baila durante o debate de presidenciáveis da TV Bandeirantes. Ela, lotada no gabinete de Bolsonaro, havia sido alvo de reportagem da Folha de S. Paulo, que a localizou vendendo açaí na região de Angra dos Reis no início do ano – ou seja, um clássico caso de funcionário fantasma. Ao ser procurada novamente pela reportagem da Folha, pediu a Bolsonaro que a mandasse embora. E seu pedido foi concedido.

Nomear pessoas que não trabalham num gabinete parlamentar é algo que praticamente todos deputados ou senadores já fizeram. Uma prática tão disseminada que nem é considerada pauta importante nas redações.

É errado? Sim.

É um delito menor, se comparado aos bilhões de reais desviados por políticos no escândalo do Petrolão?

Do ponto de vista numérico, evidentemente, são valores incomparáveis – como um mosquito e um elefante.

Do ponto de vista ético, porém, usou-se verba pública para manter alguém que não exerce função oficial no Congresso. Ou seja, o Erário está pagando alguém para dar água aos cachorros do deputado em Angra ou para complementar a renda de alguém que vende açaí naquela cidade. Não é uma atitude que corresponde à imagem que Jair Bolsonaro prega – a de alguém correto ao extremo, com padrão militar de honestidade.

Neste caso, o candidato não agiu de maneira certa. Mas, entre todos os candidatos que já ocuparam cargos públicos, algum poderá dizer que nunca foram responsáveis por um funcionário fantasma? Difícil dizer que não.

Os eleitores de Bolsonaro, a quem muitos chamam de “Mito”, prefeririam ver neste episódio um mal menor. E começaram a comparar o caso de Wal com o de Lula. Um meme que circula na Internet diz o seguinte: “Tem a história da Wal, mas Lula tá preso e tem 8 funcionários e carro à disposição e ninguém fala nada”. Bem, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Um eventual erro não anula outro. A demissão de Wal simplesmente descortina algo que os fãs de Bolsonaro preferem ignorar: o fato de que ele não é perfeito. Tem defeitos que podem ser encontrados em outros políticos.

Agora, o deputado precisa gerenciar uma onda de pautas negativas que deverão surgir, quase todas levantadas pelos adversários. A maneira pela qual vai reagir a este tipo de pressão será crucial para garantir sua presença no segundo turno. Se reagir raivosamente, sem se ater aos fatos, correrá riscos. Se souber lidar com as críticas de maneira serena, poderá até aumentar seu índice de intenção de votos, que hoje o coloca na liderança das pesquisas.

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