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Coronel Cid diz ter testemunhado propostas de golpe após eleições

Segundo o militar da ativa, aliados chegaram a procurar Bolsonaro para uma suposta ‘virada de jogo’

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou a interlocutores ter testemunhado propostas de um suposto golpe de Estado após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O militar foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3), em uma operação que apura suspeita de fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro, da filha e de assessores. Em sua residência foram encontrados US$ 35 mil em dinheiro sem procedência identificada. Ele também é suspeito de operar um esquema de caixa 2 e de participação no caso das joias árabes.

De acordo com informações repassadas por Mauro Cid e divulgadas pela jornalista Andréia Sadi , o ex-presidente da República foi procurado por aliados de extrema-direita para que tentasse reverter o resultado das eleições com diversas propostas que atentavam ao estado democrático de direito. 

Ainda de acordo com o militar, um dos aliados que propôs um possível golpe é um ex-ministro de Bolsonaro. Já o outro citado por Cid, é ex-deputado federal Daniel Silveira — também mencionado pelo senador Marcos do Val ato 142(Podemos-ES).

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro diz que o então chefe do Executivo estava sendo pressionado para que “virasse o jogo”, acionando de modo malicioso o artigo 142 da Constituição, e desse um golpe para prender todos os ministros do STF, como Alexandre de Moraes.

Após isso, o ex-presidente, convocaria novas eleições no país e ordenaria que o voto fosse impresso. Segundo o relato de Cid, Bolsonaro não chegou a comentar nada, apenas ouvia as propostas dos aliados. O relato tem respaldo na minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, detido desde 14 de janeiro.

Entenda a operação

A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (3) uma operação contra uma quadrilha suspeita usada de fraudar cartões de vacina para adicionar o imunizante da covid-19 nos documentos. Segundo a PF, os investigados teriam entrado no sistema do Ministério da Saúde para adulterar as carteiras de vacinação.

Ao todo, os policiais cumpriam 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva nas cidades do Rio de Janeiro e Brasília. Entre os alvos está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve seu celular apreendido pelos investigadores.

O tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso durante a operação. A esposa de Cid e assessores do ex-presidente também foram alvos da PF.

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