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Metade do patrimônio dos Bolsonaro foi adquirido em dinheiro vivo

Reportagem da Folha mostra que desde os anos 1990 irmãos e filhos do presidente negociaram 107 imóveis, pagando por 51 deles em espécie

Defensor do discurso anticorrupção em sua campanha à reeleição ao Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta mais uma turbulência envolvendo as finanças de sua família. Quase metade do patrimônio em imóveis do atual mandatário e de seus familiares mais próximos foi construído nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie, de acordo com levantamento patrimonial feito pelo UOL divulgado nesta terça-feira (30). Os dados revelados vão servir de munição para os adversários do presidente, ainda mais depois da primeira sabatina do presidenciáveis, no domingo (28), quando Bolsonaro criticou todos os presentes. Agora Bolsonaro terá que explicar de onde vieram os recursos.

A reportagem aponta que desde os anos 1990, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes de sua família. As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento “em moeda corrente nacional”, expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale a R$ 25,6 milhões.

Órgãos de investigação fiscal apuram em paralelo a compra de uma mansão de R$ 6 milhões feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), em Brasília. Ainda segundo o UOL, não é possível saber a forma de pagamento de 26 dos imóveis dos Bolsonaro, que somaram pagamentos de R$ 986 mil (ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos), pois a informação não consta nos documentos de compra e venda. Transações por meio de cheque ou transferência bancária envolveram 30 imóveis, totalizando R$ 13,4 milhões (R$ 17,9 milhões na correção pelo IPCA).

Ao menos 25 deles foram comprados em situações que suscitaram investigações dos ministérios públicos do Rio e do Distrito Federal. Neste grupo, estão aquisições e vendas feitas pelo núcleo do presidente, seus filhos e suas ex-mulheres, não necessariamente com o uso de dinheiro vivo, mas que se tornaram objeto de apurações como, por exemplo, no caso das rachadinhas.

O levantamento considera o patrimônio construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres. Nos últimos sete meses, a reportagem consultou 1.105 páginas de 270 documentos requeridos a cartórios de imóveis e registros de escritura em 16 municípios, 14 deles no estado de São Paulo. Repórteres estiveram em 12 cidades para checar endereços e a destinação dada aos imóveis, além de consultar processos judiciais.

Até a mãe de Bolsonaro, Olinda, falecida em janeiro deste ano, aos 94 anos, teve os dois únicos imóveis adquiridos em seu nome quitados em espécie, em 2008 e 2009, em Miracatu, interior de São Paulo. Entre os imóveis comprados com dinheiro vivo pela família, estão lojas, terrenos e casas.

Atualmente o Senado Federal discute projeto de lei que sugere a proibição do uso de dinheiro em espécie para transações imobiliárias como forma de prevenir operações de lavagem de dinheiro ou ocultação de patrimônio.

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