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Milei é eleito presidente da Argentina ao derrotar Massa

Economista ultraliberal que promete dolarizar a economia e extinguir o banco central terá 4 anos para tentar arrumar o país e acabar com a inflação de quase 150%

Uma hora e meia antes do anúncio da primeira prévia da contagem dos votos da eleição presidencial argentina, o candidato peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, admitiu a derrota para o anarcocapitalista Javier Milei. Massa fez um discurso saudando o vencedor neste domingo (19), o que deu princípio às celebrações do candidato da oposição e seus apoiadores. Javier Milei receberá a faixa presidencial em 10 de dezembro. A diferença ficou em 12%, o que dá quase 3 milhões de votos. Em seu primeiro discurso como eleito, disse ter vencido a eleição mais importante do país. “54% dos argentinos escolheram o caminho da liberdade”, disse. Em um arroubo, se apresentou como o primeiro presidente libertário da história da humanidade.

Às 21h, como previsto, a Dirección Nacional Electoral anunciou o resultado provisório, com 96,75% das urnas apuradas Milei obteve 55,77% (14,4 milhões) e Massa, 44,22% (11,2 milhões). O resultado final só sairá na madrugada, quando forem computados os votos nas províncias mais distantes.

Além da vitória de Milei foi detectado um alto índice de abstenção, por volta dos 15%, algo incomum nos pleitos argentinos. Por volta das 19h30, com 89,98% das urnas apuradas, Javier Milei somava 55,89% dos votos, contra 44,10% de Sergio Massa.

A vitória de Milei foi uma virada perante o primeiro turno, obtida a partir do apoio da terceira colocada no pleitro, a conservadora Patricia Bullrich, que levou 23,8% dos votos, e do ex-presidente Mauricio Macri, que foram determinantes para os 12% de diferença. No primeiro turno, Massa obteve 36,69% dos votos, contra 29,99% de Milei.

Com apenas 35 deputados eleitos por seu partido, A Liberdade Avança, o desafio de Milei é obter apoio parlamentar, o que obrigaria a fechar acordo consistentes com o partido Proposta Republicana, que reúne a direita e o centrismo antiperonista. Apesar de ter vencido em 20 das 23 províncias, Milei não fez governadores, o que limita seu poder, já que na Argentina o congresso é dominado pela influência provincial.

Agora Milei tem gigantescos desafios. Além de vencer a inflação, que atingiu 142,7% ao ano em outubro, terá que criar boas relações com o parlamento

Suas promessas

Plano de Javier Milei para a economia

  • Fim do Banco Central argentino;
  • Dolarização total da economia do país;
  • Redução das despesas do Estado, com redução dos ministérios e diminuição gradual de benefícios sociais;
  • Flexibilização do mercado de trabalho, setor comercial e financeiro e a privatização de empresas públicas;
  • Acabar ou reduzir impostos, principalmente os de exportação;
  • Fim das barreiras para exportação, permitindo a venda livre de produtos;
  • Fim de controles cambiais;
  • Romper relações com a China;
  • Combater a “casta”, apelido da elite política e econômica da Argentina.

Recuos

  • Desistência da privatização da saúde e da educação;
  • A livre comercialização de órgão deixou de ser uma bandeira;
  • O venda e o porte irrestrito de armas saiu de sua pauta;
  • Em vez de sair do Mercosul, já fala em modernizar os termos do tratado.

Quem é Milei

Alçado à fama como comentarista econômico em programas de televisão, Milei se diz amante de cães e, segundo a mídia argentina, tem vários clones de um cachorro que viveu de 2004 a 2017. Embora tenha se aliado a políticos da direita tradicional no segundo turno, como o ex-presidente Mauricio Macri e a candidata derrotada Patricia Bullrich, o candidato vencedor atraiu o voto sobretudo dos mais jovens ao se posicionar contra aos políticos tradicionais, que chama de “a casta”.

Durante a campanha, Milei foi comparado a políticos antissistema como o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O futuro presidente argentino define-se como libertário e anarcocapitalista e declarou-se defensor de ideias como a comercialização de órgãos e a livre venda de armas. Durante o segundo turno, criticou o Papa Francisco, a quem chamou de comunista.

Saudações

O presidente argentino Alberto Fernández, do Partido Justicialista de Sergio Massa, seu ministro da Economia, saudou o vencedor. O presidente do Brasil, Lula, lançou uma nota discreta, sem citar o nome de Milei. Gabriel Boric, do Chile, emitiu uma mensagem calorosa. Já o presidente do Estados Unidos, Joe Biden, expediu uma nota citando a morte da ex-primeira-dama Rosalynn Carter, esposa do ex-presidente democrata Jimmy Carter (1977-1981).

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