Após omitir patrimônio de R$ 2,2 milhões em cavalos de raça, Juscelino Filho teria favorecido empreiteira
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (do União Brasil), foi representado nesta quarta-feira (1°) na Procuradoria-Geral da República (PRG). A denúncia feita pelo deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) acusa o membro do primeiro escalão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ter cometido o crime de tráfico de influência. O Juscelino Filho teria atuado junto à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para favorecer a empresa Engefort, empreiteira ligada a políticos e apontada como integrante de um cartel que teria envolvimento em desvios de recursos da estatal.
Com base em uma informação publicada pelo portal Metrópoles, o deputado afirmou que o próprio ministro defendeu a manutenção de um contrato de R$ 54 milhões entre a Codevasf e a Engefort. Deste valor, R$ 30 milhões são fruto de emendas enviadas pelo próprio Juscelino Filho. “Chama atenção, nesse sentido, que a própria Superintendência da Codevaf no Maranhão já teria admitido a existência de irregularidades na contratação da empresa Engefort, tendo, inclusive, concordado com o cancelamento de seu pregão”, argumentou Sanderson.
Além da denúncia na PGR, Juscelino Filho, do União Brasil, enfrenta pressão de petistas no governo que defendem sua saída por colocar em risco a imagem do terceiro mandato de Lula. O ministro das Comunicações não declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando concorreu a deputado federal nas eleições de 2022, um patrimônio de pelo menos R$ 2,2 milhões correspondente a 12 cavalos de raça (Quarto de Milha) adquiridos em leilão.
Juscelino Filho já havia utilizado o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e recebido diárias para participar de eventos privados em São Paulo relacionados a cavalos sem qualquer relação com o Ministério das Comunicações, mas alegou se tratar de agenda “urgente”.