O deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF) (imagem) retirou o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de sua denúncia sobre as pressões sofridas pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Miranda fez isso no início da noite de quarta-feira (4) pelo seu Twitter. Ele prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em 3 de agosto, quando, afirmou que durante um voo, o presidente da Câmara teria dito ao então ministro: “Vou te tirar dessa cadeira”. Para comprovar a história, uma foto (abaixo) da viagem foi apresentada à PF. O ex-chanceler Ernesto Araújo seria uma testemunha do episódio. Lira sequer não aparece na imagem. MONEY REPORT já havia constatado a inconsistência do depoimento de Miranda, já que à CPI da Pandemia, a frase foi atribuída ao líder do governo na Câmara e ex-ministro da Saúde do governo Michel Temer, Ricardo Barros (PP-PR). Durante o depoimento de Pazuello à comissão, em maio, ele negou ter sofrido qualquer pressão interna desta natureza enquanto esteve no cargo.
Cavalheiros
A resolução do imbróglio se deu por meio de uma conversa de cavalheiros. Lira afirmou em entrevista à CNN Brasil na noite de ontem que recebeu o deputado em seu gabinete, aceitou seu pedido de desculpas por envolvê-lo no caso e pontou: “Assunto encerrado”. Miranda deve responder no Conselho de Ética da Casa.
Em favor de suas denúncias, há apenas os invoices apresentados à CPI por ele e seu irmão, o servidor da Saúde, Luis Ricardo Miranda.
Nota de Pazuello
“O secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Eduardo Pazuello, esclarece que não sofreu qualquer pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, durante sua gestão no Ministério da Saúde, para disponibilizar recursos da pasta em atendimento a demandas do parlamentar”.
Nota divulgada pela Secom
Retratação após a nota de Pazuello
Tweet feito no dia em que prestou depoimento à PF
A foto apresentada como prova à PF da viagem que Lira teria ameaçado Pazuello
O que MONEY REPORT publicou
- Sobre quem Miranda mente?
- “Missão cumprida”, diz Pazuello sobre motivo de sua demissão
- Nº 198: o vírus já estava entre nós; Israel recoloca as máscaras; a CPI dos Miranda
- Pressionado, Barros diz que acusações não são objetivas e que deporia à CPI
- CPI passa a considerar Pazuello, Araújo e outros oficialmente como investigados
- Pazuello diz à PF que apuração do caso Covaxin foi “informal”
- Pazuello afirma que fica