Passividade do chefe de segurança do presidente o colocam sob suspeita de colaboração com os criminosos golpistas
De figura respeitada quando militar da ativa, próximo de Lula nos dois primeiros mandatos, elevado a ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) logo após a posse deste ano, a suspeito de colaboração com a tentativa de golpe em 8 de janeiro. Esse é a trajetória do general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, de 73 anos. Sem agir com o devido vigor no enfrentamento dos criminosos invasores do Palácio do Planalto, ele pediu demissão do cargo depois que vídeos do sistema de monitoramento das salas da Presidência da República, no terceiro andar do palácio, flagram a inépcia de sua atuação e de agentes do GSI justo no momento mais necessário.
Menos de 24 horas após sair do governo, sua situação começa a se complicar. Nesta quinta-feira (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal (PF) colha explicações sobre sua atuação. O prazo é de 48 horas. O magistrado também quer a devida identificação dos militares e agentes civis do GSI que aparecem orientando os invasores.
Em uma das imagens, um agente aparece cumprimentando um dos vândalos e outro entregando uma garrafa d’água enquanto obras de arte e vidraças eram quebradas nas proximidades. Tudo ocorre enquanto a tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal enfrentava a turba do lado de fora. Pouco antes, as câmeras flagram os agentes abandonando as catracas do Planalto sem resistência.
G. Dias, como é conhecido, parece conhecer os agentes no palácio. Mas a identificação será feita oficialmente sob ordens do ministro interino, Ricardo Cappelli. Ambos terão que informar o que foi feito para lidar com a invasão. Cappelli deverá entregar as informações em até 24 horas, Ou seja, quando Dias depuser, a PF terá informações oficiais para comparar com as suas explicações, as imagens e os relatos internos. Não está descartado que dentro de pouco tempo o general se veja processado, a exemplo do que ocorreu com o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que se encontra detido desde janeiro.
A passividade de Dias no episódio de maior ameaça às instituições desde a redemocratização teria provocado a indignação do presidente, que o conhece desde o início do primeiro mandato, em 2003, quando era major. Em uma conversa dentro do gabinete na tarde de quarta-feira, o ministro foi informado de sua situação insustentável. O presidente queria ouvir sua versão, mas não se convenceu de que o general da reserva estava direcionando os invasores ao segundo andar, onde seriam presos. Pelo contrário, ele e seus comandados – a maioria militares -, agem como monitores de visitantes que entraram no setor errado.
Além de Dias, o secretário-executivo do GSI, Ricardo José Nigri, também pediu demissão. Não está previsto convocar Nigri a depor.
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