Em nota divulgada na terça-feira (9), o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro criticou a decisão da Segunda Turma do STF que garantiu à defesa do ex-presidente Lula o acesso parcial às mensagens apreendidas na Operação Spoofing, com diálogos hackeados dos integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná. Presente nos diálogos, principalmente com o procurador Deltan Dallagnol, Moro afirmou que não houve fraude processual ou outro ato ilegal nas tratativas. “Lamenta-se que supostas mensagens obtidas por violação criminosa de dispositivos de agentes da lei possam ser acessadas por terceiros, contrariando a jurisprudência e as regras que vedam a utilização de provas ilícitas em processos”, apontou. Nenhuma das supostas mensagens retrata fraude processual, incriminação indevida de algum inocente, sonegação de prova, antecipação de julgamento, motivação político-partidária, quebra da imparcialidade ou qualquer ato ilegal ou reprovável”, acrescentou. Ainda no comunicado, Moro reiterou seu apoio aos integrantes da força-tarefa. “A Operação Lava-Jato foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil e, de certo modo, em outros países, especialmente da América Latina, colocando fim à generalizada impunidade destes crimes. A Operação Lava-Jato foi um trabalho institucional, envolvendo todo o sistema de Justiça e órgãos acessórios. Também exigiu uma grande dose de sacrifício pessoal dos indivíduos que nela atuaram.”