De volta ao protagonismo, senador quer leis duras contra quem atentar às autoridades: “Características de terrorismo”
Com ironia, o aliado do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) é também seu inimigo mais perigoso, o líder nominal da facção criminosa Primeiro Comando da Capita (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Ao ter o plano de sequestro e assassinato do senador abortado pela Polícia Federal (PF), o líder do crime organizado criou condições para que o político voltasse ao centro da arena política. Cerca de 12 horas após a PF iniciar as prisões, Moro subiu à tribuna do Senado na condição de inesperado protagonista da política nacional.
Moro afirmou que reapresentou parte do pacote anticrime que desenvolveu quando ministro da Justiça, no governo Bolsonaro. Entre as alterações que sugeriu estão a criminalização do planejamento de atentados contra autoridades (crime de conspiração) e a obrigatoriedade de cumprimento das condenações nesses processos em presídios federais de segurança máxima deste o início.
“Lá esses eles ficam sem comunicação com o mundo externo”, disse Sergio Moro, em referência ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que deixou Marcola e outros integrantes do PCC isolados de seus comparsas – o que motivou o desejo de vingança contra o ex-ministro. Foi Moro quem, em 2018, determinou que a cúpula do PCC fosse espalhada por esses presídios, debilitando a capacidade de organização da facção.
O senador lembrou que os crimes as quais ele, sua esposa – a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP) -, o promotor estadual Lincoln Gakiya e outras autoridades seriam alvo possuem caraterísticas claras de terrorismo, pois atentam contra o estado e a lei. “O Congresso deve reagir com leis”, disse.
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