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Morre o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi

Bilionário populista que mais tempo liderou a Itália no pós-guerra colecionou escândalos

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi morreu nesta segunda-feira (12), em Milão, aos 86 anos, vítima de uma leucemia crônica. Empresário imobiliário transformado em bilionário dos esportes e das telecomunicações, com fortuna estimada em € 6,6 bilhões, ele foi o líder que mais tempo chefiou a política da Itália no pós-guerra, somando três mandatos como primeiro ministro (1994–1995; 2001–2006; 2008–2011). Sua vida política ganhou força na esteira dos escândalos de corrupção que atingiram os partidos de centro, centro-direita e centro-esquerda, a partir da Operação Mãos Limpas contra a Máfia.

Populista, polêmico, histriônico, o líder do partido de direita Forza Itália foi presidente do clube AC Milan. Sua carreira foi pontuada por escândalos de evasão de divisas, ligações com a Máfia e até envolvimento com uma menor. Expulso do senado – sentença anulada em 2015 -, voltou à cena com apoio da atual primeira-ministra Georgia Meloni. Em muitos pontos sua atuação foi considerada um prelúdio para Donald Trump nos Estados Unidos.

Berlusconi se definia com liberal e pró-mercado, o que não o impedia de agir como populista conservador alinhado com regimes autoritários criticados pela União Europeia. Na política externa, promoveu a aproximação com Israel e Turquia, abandonando uma histórica simpatia pró-árabe. Ele apoiou as invasões do Afeganistão e Iraque, enquanto manteve boas relações com Vladimir Putin, da Rússia.

Alvo de sucessivas investigações por corrupção, escapou da maioria. Foi condenado por evasão fiscal de e € 7,3 milhões cometida entre 1994-98 em uma operação de comércio ilícito de direitos de filmes envolvendo empresas fictícias.

O que derrubou sua carreira foi o caso Ruby, envolvendo a prostituição da adolescente Karima El Mahroug, que tinha 17 anos em 2010. Conhecida como Ruby Rubacuori (em italiano, Ruby Ladra de Corações), Berlusconi foi acusado de prevaricação ao providenciar a libertação da jovem, detida por acusações de roubo. Condenado e banido de cargos públicos – o que reverteu parcialmente nos anos seguintes -, acabou inocentado do escândalo sexual por falta de provas.

O escândalo diluiu sua força política, mesmo assim ele se manteve nos holofotes com apoio de parcelas mais pobres e velhas da população, que se sentiriam alijadas das mudanças nos mercados de trabalho promovidas pela União Europeia e também eram contra a política de imigração do bloco.

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