O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou à Veja que o governo irá contribuir para a compra de milhões de doses da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria no Brasil com o Instituto Butantan. A declaração contradiz o presidente Jair Bolsonaro, que duvida da eficácia do imunizante de origem chinesa e mantém uma rusga política com o governador de São Paulo, João Doria.
Mourão afirmou: “Essa questão da vacina é briga política com o Doria. O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina. O governo não vai fugir disso aí.”
Na semana anterior, Bolsonaro anunciou o cancelamento de um acordo entre o Butantan, que pertence ao governo de São Paulo, e o Ministério da Saúde que garantiria a compra de 46 milhões de doses da Coronavac. O rompimento se deu menos de 24 horas depois de o documento ter sido assinado.
O principal ponto do embate parece ser a defesa que o presidente faz da não obrigatoriedade da vacinação, enquanto Doria afirma que a aplicação deverá ser compulsória. Não é segredo que Bolsonaro considera Doria um concorrente de peso nas próximas eleições presidenciais. O sucesso da CoronaVac seria um trunfo de Doria.