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Na briga do PSL, surge mais um ingrediente: o politicamente incorreto

Um dos aspectos mais fortes da eleição de Jair Bolsonaro e de vários parlamentares do PSL foi o inconformismo de parte da população com o chamado movimento “politicamente correto”. São pessoas que enxergam um exagero descomunal no festival de mesuras em relação a minorias. Essas pessoas se sentem incomodadas de duas maneiras: com aqueles que agem com extremo cuidado com os indivíduos que podem se magoar com determinados comentários e com os sujeitos que reagem quando confrontados com manifestações politicamente incorretas.

São eleitores que gostam do símbolo de armas, que interpretam como “mimimi” uma reação extremada a afirmações jocosas sobre minorias e atacam sem papas na língua aqueles que não concordam com suas opiniões políticas.

Na recente briga interna no núcleo de apoio ao governo, o PSL, percebe-se que este tipo de incorreção política se mantém em alta. Numa troca de emojis, um parlamentar mandou uma imagem de porco para um desafeto. Este respondeu com o desenho de um cervo. Traduzindo: alguém chamou o outro de gordo; o outro chamou o alguém de gay.

Este comportamento mostra que a sociedade brasileira ainda está distante do mundo politicamente correto, que foi abraçado pelos mais jovens, pregadores da tolerância e da convivência pacífica. Os eventuais exageros desta geração tornam a vida um grande exercício de diplomacia, retirando boa parte da espontaneidade individual. Eventualmente, porém, algum preconceito acaba vindo à tona, mesmo entre essas pessoas, geralmente movido pela raiva.

Como será o futuro? De acordo com o filósofo Hegel, o processo histórico se dá através da dialética. Para cada situação – a tese –, há uma antítese que se segue. Ao final do processo, temos a síntese, na qual temos um pouco dos dois cenários anteriores. Pode ser exatamente o que viveremos no futuro. Um mundo no qual haverá respeito pelos sentimentos alheios, mas sem exageros e com espontaneidade. No curto prazo, no entanto, a expectativa é a de que a octanagem nos impropérios ainda cresça um pouco mais, apesar dos esforços da turma do deixa-disso. Por enquanto, estamos apenas na arena dos insultos. Perigoso será se passarmos para o palco das acusações. Por isso, as próximas semanas, com o presidente em viagem pela Ásia, têm tudo para ser emocionantes.

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