Em Nova York, onde está para receber o prêmio Person of the Year, concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, o juiz Sérgio Moro vem participando de alguns debates para pequenos grupos de empresários. Num deles, respondeu a uma pergunta de MONEY REPORT. A indagação foi a seguinte: os resultados da Operação Lava Jato são inquestionáveis e louváveis, mas muitos juristas afirmam que houve excessos durante este processo. O senhor concorda com essa crítica? A resposta de Moro: “É possível que enganos tenham sido cometidos. Mas tenho a convicção de que ninguém foi condenado injustamente”. Moro, antes de responder a próxima questão, voltou ao assunto espontaneamente. “Talvez a nossa comunicação com a sociedade não tenha sido feita de maneira correta. Dei algumas entrevistas neste período. Hoje, fico pensando se era o caso de dar mais entrevistas ou não falar com ninguém. Essa é uma dúvida que tenho. Mas vejo que a comunicação com o público precisa melhorar”. Num inglês fluente, com vocabulário variado – embora com tropeços constantes na pronúncia do idioma de Shakespeare – Moro encantou a plateia e, para variar, foi cercado pelos participantes ao final do evento.