O futuro ministro da Casa Civil anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) (imagem), além de gerir a pasta em tese até o final de 2022, terá algumas missões quase imediatas. Uma delas é abrir maior diálogo entre Planalto e Senado. O governo quer garantir a aprovação do advogado-geral da União, André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe da AGU precisará passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Também é preciso construir um acordo e uma solução técnica para o fundo eleitoral que financiará as campanhas em 2022, já que Bolsonaro considera os R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso um valor muito elevado. O presidente pretende vetar esse dispositivo
A reforma ministerial preserva a Secretaria de Governo, comandada por Flávia Arruda (PL-DF), a quem cabe formalmente a articulação com o Legislativo. Experiente nos bastidores, o progressista Nogueira preenche lacunas que Arruda demonstra dificuldade.
Além disso, Nogueira precisa acalmar seu correligionário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que demonstrou insatisfação com a indicação de Mendonça ao STF. Para Lira, ele seria um novo “Edson Fachin” – apontado pelo Centrão como exemplo de “traidor”. Indicado ao STF por Dilma Rousseff (PT) em 2015, o ministro sofreu resistência no Senado e, posteriormente, foi um dos maiores defensores da Lava-Jato na Corte.
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