O lançamento da uma nova cédula de R$ 200 pela Casa da Moeda desperta elogios e críticas. Em entrevista a MONEY REPORT, o consultor de política econômica Emanuel Pessoa explica o que torna a iniciativa extremamente questionável, ainda que nascida de uma boa intenção. A necessidade de uma nota de valor mais elevado é confrontada com o uso intensivo do “dinheiro escritural”, por meio de sistemas de débito e crédito nas operações cotidianas, o que compensaria a perda de cerca de 80% do poder de compra de nossa moeda corrente desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Pessoa cita que a intenção do governo é imprimir dinheiro em um momento de retração econômica, aumentando a base monetária em até R$ 90 bilhões, já que aos poucos seriam jogados no mercado cerca de 450 milhões de cédulas de R$ 200. A baixa atividade econômica relativa reduziria o risco inflacionário, em teoria, já que não haveria nenhuma garantia de manutenção de preços diante da ampla injeção de numerário não lastreado no mercado. “Imagine se todo governo recorresse a isso?”, alerta. Outro problema viria dos negócios escusos, da corrupção e da grande sonegação. “Com mais dinheiro na rua, ficará mais fácil esconder o que é produto de crimes”, afirma Emanuel Pessoa. Acompanhe: