No caso da cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol, dois pontos chamam a atenção.
O primeiro é a unanimidade de votos no Tribunal Superior Eleitoral. Todos os membros do colegiado do TSE votaram da mesma forma, pelo indeferimento do registro da candidatura de Dallagnol à Câmara Federal (na prática, isso significa a cassação do mandato). Em processos como esse, é natural que existam divergências entre os magistrados. Dessa vez, porém, todos os juízes seguiram a posição do relator, ministro Benedito Gonçalves.
Gonçalves defendeu a tese de que Deltan pediu exoneração do cargo de procurador para evitar uma eventual punição administrativa. Caso fosse punido, segundo a Lei da Ficha Limpa, seu nome se tornaria inelegível. É aqui que entra o segundo ponto intrigante. Não houve a instalação de um processo contra o ex-procurador e ele não foi considerado culpado.
Ora, trata-se de uma suposição, nada além disso. Desde quando alguém pode ser considerado culpado apenas por conta de uma conjectura?
Diante dessa interpretação criativa, é impossível não achar que a cassação tenha motivação política, dado o revanchismo com o qual os tribunais superiores vêm enxergando a finada Operação Lava-Jato e seus líderes, como Deltan Dallagnol.
O pedido de cassação do deputado foi apresentado por quatro partidos: PT, PCdoB, PV e PMN. Desses, somente o PMN não faz parte da base de apoio governista no Congresso. A razão? Não elegeu nenhum deputado federal ou senador.
A mensagem subliminar que se passa com a cassação do ex-procurador é muito ruim. E, ao final de tudo, só resta uma pergunta: a corrupção no Brasil tem costas quentes?
Respostas de 2
Muito triste essa decisão autocrática!
Para mim, é abuso de poder, já que sequer o Deltan Dallagnol foi julgado culpado!
Aonde vamos parar!
Situação muito preocupante!!! 😬😤😡
Atitude radical.
Demonstra desejo de vingança dos malfeitores .