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O PSDB ainda tem jeito?

O resultado do PSDB na eleição municipal de São Paulo pode ser definido como um desastre. O candidato do partido, José Luiz Datena, obteve 1,84% dos votos válidos – ou 112.344 sufrágios. É muito pouco para uma sigla que dominou o governo paulista durante trinta anos. Apesar dessa predominância, não se pode dizer que os tucanos tiveram vida fácil na corrida pela prefeitura da capital.

Das dez eleições que disputou, desde 1988, os pessedebistas ganharam apenas em três ocasiões: com José Serra (2004), João Doria (2016) e Bruno Covas (2020). Portanto, foram sete derrotas: três com Serra, duas com Geraldo Alckmin, uma com Fábio Feldman e uma com Datena. Dessas, duas foram vexaminosas: a de Feldman e do ex-apresentador da Band.

O PSDB sempre primou pela vaidade de seus comandantes e pela disputa surda que havia entre eles. Quando uma das estrelas era o candidato a prefeito, outros caciques faziam corpo mole na campanha. Não é à toa que o partido levou sete sovas ao tentar emplacar o prefeito de São Paulo.

Curiosamente, dois terços de suas vitórias ocorreram já em um momento no qual os tucanos estrelados já não mais mandavam na agremiação, com João Doria e Bruno Covas. O prefeito, infelizmente, não está mais entre nós e Doria se retirou da política e dos quadros do PSDB.

Datena, que sempre foi um nome cogitado para a prefeitura paulistana, poderia ser um nome forte na disputa. Mas revelou-se um candidato fraco e surpreendentemente sem carisma ao longo da campanha. O saldo foi trágico: com uma votação inexpressiva, o PSDB não conseguiu eleger um só vereador em São Paulo.

O ex-governador Marconi Perillo, presidente nacional do partido, tem diante de si uma missão espinhosa: recolher os caquinhos da sigla e colocar-se no caminho de reconstrução do ninho tucano. Ele é um político tarimbado e habilidoso. Mas, como um bom técnico que conta com jogadores ruins, não tem um elenco para trabalhar.

Como no futebol, talvez a solução esteja em apostar nos novos talentos. Mas, antes de mais nada, é preciso construir uma bandeira para os tucanos. O que o PSDB quer defender? Quais são suas propostas? Qual o público deseja atingir?

O partido foi uma das maiores vítimas da polarização – lembremos que os tucanos, durante anos, foram criticados por ficarem em cima do muro em questões bombásticas para a política brasileira. Essa era precisa ser devidamente enterrada. Os novos tucanos devem assumir posições claras e alinhadas com os novos eleitores. Lembremos que existem milhões de pessoas insatisfeitas com o perfil de nossa classe política. Se o PSDB investir na nova geração, talvez consiga reconstruir a sigla. Caso contrário, será a versão partidária de um nobre falido: aquele que perdeu o dinheiro e as propriedades, mas ainda conserva a majestade.

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Comentários

Uma resposta

  1. É triste ver o que aconteceu com o PSDB. Partido do qual fui mais do que simpatizante, durante muuuitos anos. Sou, por princípio, um social democrata e acredito ser este o melhor caminho. E esperava que o PSDB conseguisse implantar uma social-democracia no Brasil. Partido que teve grandes líderes. Mas, a soberba, dentre outros fatores, permitiu que o partido fosse, lentamente se desgastando (como vários outros). Eu “desci do barco”, quando FHC lutou bastante (e conseguiu) promover sua própria reeleição. Minha memória não me deixa esquecer “a que custo”. Me decepcionei e fui “navegar em outros mares”. Mas, realmente (e concordo com vc, Aluízio) não vejo saída pro PSDB. Nem pro PT, MDB e outros. Se não trabalharem por uma renovação consistente, trazendo para seus quadros, jovens com comprometimento, seriedade, conhecimento e vontade, “a vaca irá definitivamente pro brejo”. A política está , dia a dia, sendo tomada por mais e mais pessoas incultas, medíocres, fundamentalistas, terraplanistas, desonestos, representantes de facções e movimento espúrios. Sem falar em pastores, delegados, coronéis, cujos papéis deveriam ser desenvolvidos em outras searas. Não na política. Os valores morais, éticos, estão sendo substituídos por “falsos valores”, que servem apenas de fachada. “DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA”, nunca foram tão explorados. Mas porque isso tem causado efeito junto à grande massa. Não porque é algo autêntico, legítimo, verdadeiro. O discurso “anti-comunista” nunca esteve tão presente. De que comunismo estamos falando? Quando foi que fomos comunistas? Quando foi que o governo Lula ou qualquer outro mais à esquerda defendeu e implantou o comunismo no Brasil? MAS, é um discurso que inflama e engana os incautos. Conclusão: vivemos um tempo de mentiras, fake news, farsas, falsetas, circo, carreatas, e muito pouco de preocupação VERDADEIRA com a nação. Com a união em torno de propósitos e bandeiras CONSTRUTIVAS, POSITIVAS. Não temos mais um nome que seja minimamente de consenso. Alguém que consiga aglutinar. Ao contrário: dividir é a “bola da vez”. Nós contra eles. Bolsonaro X Lula (ôps…eo Marçal?). É por essas e outras que minha Hashtag, hoje em dia, é: #nemnem

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