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O que Brasil e Vietnã querem vender e comprar

A meta é elevar o comércio de US$ 7,7 bilhões para US$ 15 bilhões até 2030, Lula está em visita de Estado ao país asiático

Em visita oficial ao Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Vietnã, Luong Cuong, assinaram nesta sexta-feira (28) um plano de ação para o período de 2025 a 2030, com o objetivo de consolidar a Parceria Estratégica entre os dois países. O ato foi realizado em Hanói, capital vietnamita. A pauta inclui tecnologia agrícola, aviões, carnes bovinas e suínas refrigeradas, café e soja.

O acordo eleva o nível da colaboração bilateral e foi acordado durante uma reunião entre os presidentes, em que Lula destacou o crescimento do comércio bilateral, que já se aproxima de US$ 8 bilhões. “O Brasil exporta mais para o Vietnã do que para países como Portugal, Reino Unido e França. Por isso, nosso governo tem interesse em reconhecer o Vietnã como economia de mercado. Essas e outras medidas fortalecerão os fluxos comerciais e os investimentos entre nossas nações”, afirmou o presidente brasileiro.

Em 2024, Brasil e Vietnã celebraram 35 anos de relações diplomáticas, e o vínculo foi elevado a uma parceria estratégica em novembro do mesmo ano, durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. O Brasil é atualmente o principal fornecedor de soja e carne suína ao Vietnã e ocupa uma posição de destaque no comércio de frango e algodão.

O plano de ação inclui cooperação em defesa, comércio, ciência e tecnologia, e sustentabilidade ambiental. Lula destacou a importância de ampliar parcerias em áreas como Inteligência Artificial, biotecnologia e energias renováveis. O Brasil também busca expandir a exportação de produtos de maior valor agregado, como aeronaves, e fortalecer a produção de café, com foco na adaptação às mudanças climáticas.

Metas comerciais

Em 2024, Brasil e Vietnã registraram um volume de comércio de US$ 7,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 415 milhões. A meta é chegar a US$ 15 bilhões em volume comercializado até 2030, em um contexto mais amplo de aproximação do Brasil com nações do Sudeste Asiático.

A ampliação do comércio entre as duas nações também prevê a abertura do país asiático à carne bovina brasileira. Para Lula, a medida atrairá investimentos de frigoríficos do Brasil para fazer do Vietnã “uma plataforma de exportação para o Sudeste Asiático”.

Além das exportações ligadas ao setor de alimentos, o presidente acredita que o Brasil tem potencial para investir em produtos de valor agregado. “Já contribuímos para a segurança alimentar do Vietnã e queremos ampliar a exportação de bens de maior valor agregado, incluindo aeronaves. Espero que a Vietnam Airlines possa avaliar positivamente a oferta da Embraer para os jatos da família E-Jets, ideais para a conectividade regional”, disse.

Outro caminho apontado por Lula no fortalecimento das relações é a cultura do café, com a colaboração em pesquisas para tornar a produção mais resistente aos impactos da mudança do clima.

“Vietnã e Brasil são os dois maiores produtores mundiais de café e ambos tivemos safras recentes afetadas pela mudança do clima. Estamos determinados a ampliar nosso intercâmbio técnico para fortalecer a resiliência da cultura do café”, disse. O Vietnã pode se beneficiar do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto pelo Brasil, e ser remunerado por seu esforço de preservação ambiental”, acrescentou Lula.

Lula ainda abordou temas globais, como o fortalecimento do multilateralismo e a defesa do diálogo para resolver conflitos, como os de Gaza e Ucrânia, reafirmando o compromisso do Brasil com os direitos humanos.

Próximos Passos

Após a cerimônia de boas-vindas e encontros com líderes vietnamitas, Lula participará, no sábado (29), do Fórum Empresarial Brasil-Vietnã. A visita segue até domingo (30), quando a comitiva retornará ao Brasil. Esta é a segunda etapa da viagem de Estado de Lula à Ásia, após visita ao Japão.

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