Operação Ciclone. Pouca gente irá se lembrar do nome ou de seu propósito. Mas o ano era de 1978 e tinha havido um golpe comunista no Afeganistão. Como ainda estávamos na Guerra Fria, os Estados Unidos não engoliram o novo regime e resolveram criar um mecanismo de financiamento para turbinar uma guerrilha em solo afegão.
Apesar de muitos ligarem o Talibã ao ex-presidente Ronald Reagan (e de fato existe uma conexão), tudo começou com seu antecessor, o democrata Jimmy Carter. Em julho de 1979, foi assinado o decreto que autorizada o financiamento aos contrarrevolucionários afegãos. Carter perdeu a reeleição e Reagan assumiu. Neste meio tempo, a antiga União Soviética invadiu o país para garantir que ele continuasse alinhado à Cortina de Ferro. O novo presidente americano, então, anabolizou a contribuição aos guerrilheiros, incluindo ajuda militar. Deste núcleo de guerrilha é que surgiu o atual Talibã.
Voltemos ao presente. Joe Biden autoriza a retirada das tropas americanas, seguindo uma decisão tomada no governo de Donald Trump. Mais uma vez, uma improvável conjunção entre democratas e republicanos criam as condições necessárias para beneficiar o Talibã. Resultado: os terroristas fundamentalistas islâmicos tomam o poder no Afeganistão e o caos toma a Nação.