O senador a toda hora muda sua versão sobre o complô para derrubar as eleições. Quem ganha com isso?
Pouco antes do previsto para seu primeiro depoimento à Polícia Federal (PF), as denúncias do senador Marcos do Val, do Podemos capixaba (imagem), são colocadas em dúvida. Há inconsistências em suas afirmações, o que levantou suspeitas em poucas horas. Confira:
- O exato dia em que ocorreu a reunião conspiradora no Palácio do Planalto não é dito. Em um momento é em 8 de dezembro, depois 9. A seguir, ele não lembra direito;
- Se ele não sabe o dia, que consulte as trocas de mensagens que teve com o ex-deputado Daniel Silveira;
- Nas mensagens atribuídas a Daniel Silveira não indicam a data em que foram enviadas. Tampouco as respostas do senador – que aliás parecem ser respondidas horas de diferença;
- Por qual razão um senador que denuncia um ex-presidente por tentativa de golpe pediria licença de seu mandato, perdendo a proteção do foro político? E no mesmo dias muda de ideia;
- O que o senador quis dizer com “chegar em Lula”, durante sua entrevista nesta tarde de quinta-feira (2) ao Estúdio i, da GloboNews?;
- Por qual razão um político que incrimina um ex-presidente recém-saído do poder com uma grande votação desejaria migrar para o PL, justo o partido mais prejudicado?;
- Do Val afirma ter conversado com o colega senador Flávio Bolsonaro, do mesmo PL, e este se mostraria satisfeito por não estar metido na conspiração que pode colocar seu pai, Jair Bolsonaro, para a cadeia. Isso é estranho?;
- O tempo todo Do Val diz que a incitação ao grampo clandestino foi de Daniel Silveira, com Bolsonaro ao lado em silêncio. Se for isso, Bolsonaro cometeu, no mínimo, prevaricação;
- Se o ministro Alexandre de Moraes foi avisado por ele, por qual razão Do Val não se deixou “grampear” e levou a escuta clandestina como prova?;
- Ao colocar Moraes no centro da conspiração, este poderia ser declarado impedido de julgar o caso?;
- Não há provas consistentes da denúncia, o que pode colocar o senador como suspeito, afinal ele anunciou publicamente um complô antes de se proteger legalmente;
- Mesmo entrando no palácio sem passar pela portaria, sua presença foi captada pelas câmeras?
- Essas imagens estão disponíveis ou foram extraviadas na invasão de 8 de janeiro?
- Quantas vezes o senador esteve com Bolsonaro e Silveira para tratar da armação?;
- Quantas vezes o senador esteve com Alexandre de Moraes e que providências o ministro do STF adotou?
- Alexandre de Moraes acreditou nessa denúncia sem ver as provas? O “não acredito” que ele proferiu era sincero?
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