Entre manter os R$ 600 e montar os ministérios, eleito terá muito trabalho até a hora de subir a rampa
Após alguns dias de descanso no litoral da Bahia, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começa na manhã desta segunda-feira (7), as primeiras reuniões com a equipe de transição de governo, no hotel Grand Mercure, em São Paulo (SP). Lula tem pela frente um necessário acerto informal com o Congresso para ajustar o Orçamento de 2023 a fim de manter o Auxílio Emergencial de R$ 600, que não está garantido para o ano que vem. Lula toma posse em 1º de janeiro.
A coordenação da equipe é do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Assim que as reuniões em São Paulo terminarem, os envolvidos diretamente na transição devem ser transferidos para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Os obstáculos iniciais do próximo governo serão:
- Garantir com o Congresso uma PEC para gastos extras, furando o teto de gastos;
- Manter o Auxílio emergencial de R$ 600;
- Retomar o Bolsa Família com a inclusão de um benefício adicional de R$ 150 por mês por criança até 6 anos;
- Obter recursos para programas de Saúde, como o Farmácia Popular;
- Melhorar o programa de merenda popular, sucateado desde o governo Temer com o fim dos programas de aquisição de alimentos de pequenos produtores locais;
- Aumentar o salário mínimo entre 1,3% e 1,4% acima da inflação em 2023;
- Negociar a distribuição de cargos na cúpula do governo. Um terço dos ministérios devem ficar com os aliados de campanha. Simone Tebet e Marina Silva devem assumir protagonismo.
- Manter a paz com Centrão e atrair parte dos aliados de Bolsonaro, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) e os atuais presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lyra (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG);
- Contornar a estridência da militância bolsonarista sem aumentar a tensão política antes da posse.
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