No acumulado do ano, foram registradas 101.215 ocorrências, volume 33% maior do que foi registrado em todo 2021
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta terça-feira (1º) revelam que o mês de outubro registrou 13.911 focos de queimadas no bioma Amazônia, um aumento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2021. Os volume de focos foram registrados no Pará com 7.469 (54% do total), seguido pelo Amazonas com 1.503 (11% do total), Maranhão que registrou 1.269 (9% do total), Acre com 1.127 (8% do total) e Mato Grosso com 903 (6%). Já no acumulado do ano, até o dia 31 de outubro, foram 101.215 focos de queimadas constatados pelo Inpe.
Para Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, os números são mais um reflexo do “padrão Bolsonaro” de destruição, resultado de uma visão retrógrada de desenvolvimento que acredita no usufruto dos recursos naturais de forma predatória e que não conversa com a necessidade de frear o desmatamento na Amazônia para conter a crise climática “É icônico que um dia antes do segundo turno das eleições foram atingidos 100 mil focos de queimadas na Amazônia. Isso é o reflexo de todo o descaso do atual governo com a floresta e seus povos. Agora com um novo governo eleito continuaremos trabalhando e cobrando, como fizemos durante todos os governos anteriores, para que a Amazônia, nossa maior riqueza seja protegida, seus povos respeitados e que a paz seja soberana na floresta”, afirmou.
Segundo o Greenpeace, dentre esses desafios do próximo governo, está a reconstrução dos órgãos e as políticas ambientais de fiscalização, preservação e regeneração das florestas e demais ambientes naturais; a garantia dos direitos, territórios e proteção dos povos indígenas e das comunidades tradicionais; a produção, distribuição e acesso dos brasileiros à comida de verdade, a um preço justo e sem veneno e recriação de espaços de participação da sociedade civil e a retomada do diálogo com os movimentos sociais.