Acenando para o empresariado, o agronegócio e a comunidade internacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) (imagem), está em Glasglow, na Escócia, na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) que irá até 12 de novembro. O evento é uma vitrine para apresentar as novas perspectivas e soluções para a economia verde no mundo e uma vidraça para o Brasil, alvo de críticas em relação ao desmatamento ilegal. Nesta terça-feira (9) o parlamentar disse que o país tem seus méritos no combate às mudanças climáticas e fez um mea-culpa ao reconhecer os problemas vem gerando a crise de imagem que atravessa.
A ida de Pacheco também dá protagonismo do Congresso Nacional e deixa o Palácio do Palácio como um coadjuvante indesejado após o desempenho vexatório do Brasil durante da cúpula do G20. Apresentado como mais um na fila da terceira via, ele é o JK de Gilberto Kassab. Na COP26, porém, aproveitou a ausência do presidente Jair Bolsonaro e tentou se aproximar tanto do empresariado que está em Glasglow como dos representantes do agronegócio (o desafio destes últimos é tentar mostrar que não são vilões em meio à crise de confiança contra as commodities agrícolas brasileiras promovidas por lideranças europeias). “Amanhã o Brasil pode ter dificuldade em se relacionar se não tivermos aqui a materialização de reduzir as emissões” disse Pacheco.
Ele também falou sobre o artigo 6 do Acordo de Paris, assinado em 2015, que tem como objetivo implementar um fundo de US$ 100 bilhões aos países em desenvolvimento para que estes possam incrementar suas políticas de transição energética. Pacheco explicou que esse repasse não é uma filantropia altruísta, mas uma compensação histórica: “Os países desenvolvidos se industrializaram antes de todos, de forma legítima, agora o mundo mudou e pede menos emissões, diferente do que aconteceu durante as grandes industrializações. O Brasil tem a Amazônia em seu território e um país para desenvolver”. Ele deixou claro o papel do setor privado que entrou na corrida pela neutralidade de carbono até 2050 e que o governo deverá agir junto com políticas públicas verdes como emprego, juros e incentivos.
Confira abaixo o presidente do Senado na COP26