A consulta semanal de MONEY REPORT aos seu leitores mostrou que 75% acreditam que há muita desconfiança do governo com os militares, em especial o Exército, e que esse realinhamento será difícil e, provavelmente, demorado. As suspeitas iniciais de omissão das forças de segurança e as provas cada vez mais consistentes de que houve colaboração de parte dos fardados no ataque bolsonarista aos 3 Poderes, em 8 de janeiro, força uma limpa do atual governo, a começar com a demissão do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, que impediu que a polícia removesse do acampamento bolsonarista na frente do QG do Exército e desobedeceu ordens do presidente durante a tentativa de golpe.
A caminho da reserva, Arruda não está sozinho. O coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, comandante do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), foi filmado durante o conflito fardado discutindo com policiais que prenderam os invasores do Palácio do Planalto. Nas imagens ele aparece tentando liberar alguns dos invasores do local que deveria proteger. E há também o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que foi barrado no comando do 1º Batalhão de Ação de Comandos, tropa profissional de resposta rápida sediada em Goiás. Coronel Cid é investigado por gastos suspeitos. Seu pai, o general da reserva Mauro César Cid, é um aliado de Bolsonaro que ocupa o cargo de diretor da Apex América do Norte, em Miami. Sem contar a simpatia demonstrada por comandantes com os acampamentos em frente aos quartéis espalhados pelo país.
A consulta foi realizada entre a sexta-feira (20/01) e a sexta-feira (27/01) e seu resultado não possui valor científico.
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