Em reunião virtual com integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesta segunda-feira (13), o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que o Brasil precisa de cooperação e ajuda para preservar a biodiversidade amazônica, cuja depredação tem gerado críticas acirradas desde o início do governo Bolsonaro.
Guedes admitiu que ocorreram erros e excessos no desmonte das políticas ambientais brasileiras, o que deve ser corrigido. Ele também ressalvou que o país é um dos que mais preserva no mundo e que o agronegócio não destrói a floresta. “O Brasil sabe da importância do crescimento sustentável do ponto de fiscal e ambiental”, disse.
O ministro afirmou que as dimensões do país dificultam a fiscalização e que os povos indígenas seguem respeitados pelo governo, apesar dos indícios contrários. O assunto ganhou importância depois que investidores internacionais enviaram uma carta pública ao vice-presidente, Hamilton Mourão, preocupados com a depredação da região. Há também atenções para com a disseminação da pandemia de coronavírus entre os povos indígenas. “Sabemos respeitar tanto o nosso meio ambiente quanto os povos indígenas. Sabemos que temos que preservar e proteger e queremos apoio para fazer isso melhor”, disse Guedes.
O encontro virtual ocorreu no dia da exoneração de uma das diretoras do Instituto Nacional de Pesquisas Ambientais (Inpe), Lubia Vinhas. Ela coordenava o núcleo de Observação da Terra, que se vale de imagens de satélite para monitorar a Amazônia. Na semana passada, o Inpe divulgou que o desmatamento em junho havia sido recorde para o mês, desde início da série histórica, em 2015, assim como a maior perda de cobertura florestal (1.034 km quadrados ) no ano.
Durante a cúpula, o ministro reafirmou o desejo do Brasil de fazer parte da OCDE e que é preciso defender a integração econômica como forma de superar a estagnação após o fim da pandemia.