Agendado inicialmente para quarta-feira (5), o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Pandemia foi remarcado para 19 de maio. O ex-ministro informou na terça-feira (4) que não conseguiria comparecer presencialmente à comissão sob a alegação de ter mantido contato com duas pessoas que teriam testado positivo para o novo coronavírus. Por isso, ele citou a necessidade de permanecer em isolamento. O ex-ministro já contraiu a doença anteriormente, o que não elimina a possibilidade de reinfecção. Por prudência, o colegiado decidiu então postergar a oitiva de Pazuello.
A atitude de Pazuello é curiosa. Quando ministro, ele não manteve o devido isolamento social e há alguns dias foi flagrado sem máscara percorrendo um shopping de Manaus. Mesmo assim, há base para seu argumento, ainda que baixa. De acordo com um grande estudo britânico publicado na The Lancet em 17 de abril, só 7,6 pessoas contaminadas voltaram a testar positivo para a covid entre grupos de 100 mil pessoas analisados. A média entre quem não havia sido contaminado foi de 57,3 a cada 100 mil. O intervalo médio entre o primeiro e o segundo contágio foi de mais de 200 dias. Ou seja, Pazuello pode estar reinfectado. Pena ele ter optado por este tipo de cuidado só na hora da CPI.