Indigenista e jornalista foram atingidos por disparos de armas de caça
A Polícia Federal (PF) informou neste sábado (18) que os restos mortais do indigenista Bruno Pereira, assassinado no oeste do Amazonas, foram identificados em perícia no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. A confirmação foi feita com base no exame da arcada dentária. Na sexta-feira (17), peritos já haviam confirmado que parte dos remanescentes humanos encontrados na Amazônia são do jornalista inglês Dom Phillips. O material também foi identificado pela arcada dentária da vítima e por impressão digital.
O exame médico-legal dos peritos também esclareceu a dinâmica das mortes. Segundo a PF, eles foram atingidos por disparos de armas de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, causando diversas lesões internas. Phillips foi atingido por um tiro na altura do abdômen e morreu em decorrência de traumatismo toracoabdominal. No corpo de Bruno Pereira foram identificados três disparos, sendo dois na altura do tórax e abdômen, e outro na cabeça. Os peritos concluíram que a morte do indigenista foi causada por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo.
“Os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística, nos próximos dias, serão concentrados nos exames de Genética Forense, Antropologia Forense e métodos complementares de Medicina Legal, para identificação completa dos remanescentes e compreensão da dinâmica dos eventos”, informou a PF.
Mais cedo, a PF informou que Jefferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, se entregou na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte, região do Vale do Javari. Ele é o terceiro suspeito de envolvimento nos assassinatos de Bruno e Dom. Além dele, estão presos por envolvimento na morte e na ocultação dos corpos os pescadores Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, de 41 anos, e Amarildo da Costa Pereira, o Pelado, também de 41 anos. Até o momento, apenas Amarildo confessou o crime.
PGR
O procurador-geral da República, Augusto Aras, lidera uma comitiva de membros do Ministério Público Federal (MPF) em uma série de reuniões na Amazônia, neste domingo (19). Eles desembarcam em Tabatinga, no extremo oeste do estado. Eles discutirão ações de restruturação da atuação institucional na região amazônica, bem como a articulação do MPF com outros órgãos públicos com vistas ao combate à criminalidade e ao enfrentamento de violações aos direitos indígenas, direitos humanos e outros crimes registrados na região.
A previsão é que Aras participe de reunião com membros do MPF lotados em Tabatinga, com representantes do Exército, Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai) e outras instituições. Eles também vão conversar com as autoridades responsáveis pela investigação do assassinato de Pereira e Phillips, para acompanhar os desdobramentos do caso. Após os encontros, eles devem fazer uma declaração à imprensa.
O que MONEY REPORT publicou
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