A revista digital Crusoé, em parceria com a Empiricus, patrocinou a mais recente pesquisa eleitoral, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas e divulgada hoje.
Jair Bolsonaro aparece com 26,6 %; Ciro Gomes surge como 11,9 %; Marina Silva com 10,6 %; Geraldo Alckmin com 8,7 %; Fernando Haddad com 8,3 %. Estes são os nomes que estão no páreo.
Primeiro ponto: Bolsonaro confirma a pesquisa do Ibope e mostra uma liderança consolidada. Cresceu após o atentado? Sim, os percentuais aumentaram. Por outro lado, um número significativo de pessoas iria votar em Bolsonaro e não declarava seu voto. O atentado deu a esses eleitores um forte motivo para assumir sua opção eleitoral. A esta altura do campeonato, portanto, é quase impossível imaginar um segundo turno sem a presença do candidato do PSL.
Com quem ficará a segunda vaga?
Marina parece estar num descenso sem volta. Dificilmente conseguirá disputar a segunda etapa.
A disputa, então, ficaria entre Ciro, Haddad e Alckmin.
Ciro está sólido em segundo lugar. Está herdando votos de Lula e conseguiu emplacar um discurso (se é exequível ou não, é outra discussão) de fácil compreensão e apelo popular. Por ser um candidato de esquerda e ter pavio curto, assusta o mercado financeiro – talvez até mais que Haddad. Some-se isso ao fato de que Ciro tem muito mais a ver com Luiz Inácio Lula da Silva do que o ex-prefeito de São Paulo, o candidato oficial do PT.
Assim, Haddad e Alckmin vão brigar pelo direito de enfrentar Ciro pela segunda vaga. E os próximos dez dias serão cruciais para os candidatos do PT e PSDB. Se as próximas pesquisas não mostrarem uma evolução destes nomes, dificilmente haverá mais tempo para reverter o quadro. Ou seja, game over. Pode-se dizer que Alckmin está estagnado e Haddad num momento de crescimento. Ou seja, é a última chamada para o tucano, parado nos mesmos 9 % há semanas, mostrar a que veio. Mas ainda há 23,8 % dos votos em jogo. Se houver uma carta na manga do PSDB, esta é a hora de mostrá-la.
As últimas eleições, contudo, mostraram que a última semana da campanha é decisiva. Na quarta-feira anterior ao primeiro turno de 2014, Marina ocupava o segundo lugar nas pesquisas. Mas Aécio atropelou e foi ao segundo turno. No pleito para escolher o prefeito de São Paulo, em 2016, João Dória ganhou na primeira etapa, contrariando todos os prognósticos feitos pelos institutos e pelos analistas políticos.
Quem terá fogo para um sprint final, entre Ciro, Haddad e Alckmin? Esta é a pergunta que os marqueteiros de Bolsonaro, hoje, querem decifrar.