Militar estaria inclinado a falar sobre o caso da joias, preservando o Exército. Para valer, as informações precisariam de confirmação
A Polícia Federal (PF) aceitou fechar um acordo de delação premiada com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cida. A informação é do blog da jornalista Andrea Sadi, do G1/GloboNews. Todavia, o Ministério Público Federal (MPF) ainda precisa ser consultado sobre as condições para o acordo após vários depoimentos de Cid.
Uma eventual delação de Cid já era esperada, diante da possibilidade de sua exoneração das Forças Armadas. Porém, para valer as delação também precisaria de ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para valer e aliviar eventuais penas, as informações fornecidas precisariam de confirmação baseadas em provas.
Como Cid e Bolsonaro são investigados por vários crimes, o teor e o direcionamento dessa eventual delação é desconhecido. O ex-ajudante de ordens é citado por centralizar uma série de trocas de informações e mensagens, atuando como uma espécie de pivô em uma série de ações do ex-presidente que são consideradas crimes suspeitos.
Militares ouvidos pela reportagem acreditam que a delação de Cid aborde a questão das joias, tirando de cima do Alto-Comando do Exército qualquer comprometimento com a tentativa de golpe – já que este não ocorreu.
Cid pode estar envolvido em:
- Envolvimento em uma fracassada tentativa de golpe de estado;
- Fraude de carteiras de vacinação de Bolsonaro e da filha de 12 anos do ex-presidente;
- Negociações sobre possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto;
- Tentativa de trazer de maneira irregular para o Brasil joias recebidas pelo governo Bolsonaro como presente da Arábia Saudita;
- Tentativa de venda ilegalmente bens público presenteados ao governo Bolsonaro por delegações estrangeiras em viagens oficiais.
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