Tenente-coronel André Luis Cruz Correia chegou a viajar com o presidente enquanto trocava mensagens contra o resultado das urnas
A apreensão do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), levou a Polícia Federal (PF) a descobrir que um integrante da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participava de um grupo de WhatsApp com militares da ativa que defendiam um golpe de estado e que faziam ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As informações apuradas pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do G1/GloboNews, mostram que o tenente-coronel André Luis Cruz Correia estava no grupo que, entre outros, tinha Mauro Cid como membro. Na semana retrasada, o jornalista Cesar Tralli antecipou, na GloboNews, que havia essa suspeita. Assim que descobriu a informação, a PF levou o caso ao Palácio do Planalto – que afastou Correia. Ele é subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e, segundo integrantes do governo, atuava na segurança direta de Lula. Correia chegou a participar de viagens internacionais recentes do presidente, como a da Bélgica.
A descoberta de Correia no grupo de mensagens golpistas turbinou a desconfiança com o GSI, formado principalmente por militares de carreira, principalmente do Exército. A PF defende que a segurança presidencial passe para suas mãos, como no passado. Para evitar desgaste com militares, Lula ordenou um modelo híbrido, com o GSI no comando. Correia foi designado para a segurança de Lula no final de março.