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Bolsonaro e Ramagem combinaram “blindagem” de “filho 01”, aponta PF

Operação investiga organização criminosa que monitorava autoridades públicas. Chefe da Abin tentou brecar investigações. ele também gravou o ex-presidente

Após meses sem desdobramentos, a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (11) a 4ª fase da Operação Última Milha, contra os envolvidos na operação ilegal de espionagem de autoridades públicas e adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, utilizando pessoal e sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no que foi chamado de Abin Paralela. (Confira a lista no final).

A PF teria evidências e indícios sobre o ex-superintendente da Abin, Alexandre Ramagem (imagem), hoje deputado federal (PL-RJ) e pré-candidato à prefeitura do Rio. Ele lideraria a operação interna e externa, além de ter tentado blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) contra investigações de desvios de recursos no Escândalo das Rachadinhas, quando este era deputado estadual fluminense.

A PF encontrou no computador de Ramagem um áudio de reunião com o então presidente Bolsonaro onde debatem um plano. A conversa ocorreu em 25 de agosto de 2020 e durou cerca de uma hora. Além de ambos, participaram o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e uma advogada do senador Flávio.

Na gravação, que não foi divulgada, Bolsonaro daria aval a Ramagem abrir procedimentos contra os auditores fiscais que investigam Flávio – o que chegou a ocorrer. A manobra para esvaziar a investigação acabou anulada na Justiça.

Na Previdência

A PF localizou dispositivos de espionagem em servidores na sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Brasília. A notícia é da coluna Na Mira, do portal Metrópoles. Assim, os arapongas da Abin Paralela tiveram acesso aos dados e pagamentos de 39 milhões de beneficiários. Não está claro o objetivo dessa espionagem. Porém, mostra que a Abin Paralela usou outros formas de espionagem além do programa digital de rastreio FirstMile, empregado sem autorização judicial.

Detidos

Nesta operação, de início foram presos quatro dos cinco investigados nesta fase: Mateus Sposito, ex-assessor no Ministério das Comunicações no governo Bolsonaro e suposto integrante do “gabinete do ódio”; Richards Pozzer, acusado de divulgar notícias falsas e atacar senadores da CPI da Covid; Marcelo Bormevet, policial federal levado à Abin por Ramagem; e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, subordinado a Bormevet. Entre os alvos de buscas estão José Matheus Sales, ex-assessor do Palácio do Planalto e apontado como um dos chefes do “gabinete do ódio”, e Daniel Ribeiro Lemos, assessor legislativo do PL suspeito de auxiliar no esquema. O quinto investigado foi localizado nesta tarde. Ele é Rogério Beraldo de Almeida, influenciador digital que chegou a ser considerado foragido por algumas horas.

Almeida é conhecido pelos apelidos Dallas Cowboy e DallasGin e é apontado como responsável por perfis falsos nas redes sociais. Entre suas atividades nas redes está o vazamento parcial de telefones, CFPs e outros dados pessoais de políticos rompidos com o bolsonarismo, como o ex-governador João Doria e o ex-deputado federal Alexandre Frota.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do estado democrático de direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

Em nota, a PF informou que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, “incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”. “A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”.

De acordo com a corporação, policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora (MG), Salvador e São Paulo.

Senador 01

Pelas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro disse que não mantém relações com a Abin e que a divulgação do relatório de investigação foi feita para prejudicar a candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Os espionados

No Judiciário

  • Ministros do STF Alexandre de Moraes
  • Dias Toffoli
  • Luis Roberto Barroso
  • Luiz Fux

Na Câmara

  • O atual presidente da Câmara deputado federal Arthur Lira
  • O ex-deputado Rodrigo Maia quando presidente da Câmara
  • Kim Kataguiri
  • Joice Hasselmann

No Senado

  • Alessandro Vieira
  • Omar Aziz
  • Renan Calheiros
  • Randolfe Rodrigues.

No Executivo

  • O ex-governador de São Paulo, João Doria
  • Os servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges
  • Os auditores da Receita que investigavam o esquema da Rachadinhas, Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.

Jornalistas

  • Mônica Bergamo
  • Vera Magalhães
  • Luiza Alves Bandeira
  • Pedro Cesar Batista.


Pontos centrais


Entenda

A primeira fase da Operação Última Milha foi deflagrada pela PF em outubro do ano passado. À época, a corporação informou que investigava o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por servidores da própria Abin.

“De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, destacou a PF à época.

(com Agência Brasil)

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