Documento foi encontrado em um armário do ex-ministro da Justiça durante uma busca e pode incriminar o governo anterior
A Polícia Federal encontrou na residência do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, a minuta de um decreto que serviria para o então presidente declarar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira (12).
Conforme o texto obtido pelo veículo, o objetivo seria reverter o resultado do pleito de 2022, do qual Lula (PT) saiu vencedor no segundo turno contra Bolsonaro. O documento foi encontrado em um armário durante a ação de busca e apreensão realizada pela PF na última terça (10).
A PF cumpriu busca e apreensão na residência de Torres na última terça-feira por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sob suspeita de que Torres se omitiu na função de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal para permitir os atos terroristas contra os Três Poderes, realizados no domingo. O ex-ministro é próximo de Bolsonaro, assumiu a Segurança do DF e, dias depois, pediu férias para viajar aos Estados Unidos. Horas após divulgada a ordem, Torres disse que voltaria a Brasília, o que não ocorreu até a tarde de quinta-feira (8).
Na mesma decisão contra Torres, o magistrado determinou a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fabio Augusto Vieira, que estava no cargo no domingo.
“Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Comandante Geral da Polícia Militar”, diz o despacho do ministro do STF. “Os comportamentos de Anderson Torres e Fábio Vieira são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do Presidente da República, dos Deputados Federais e Senadores e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.”
Defesa
O advogado de Anderson Torres, Rodrigo Roca, disse à CNN que o documento encontrado pela Polícia Federal na residência do ex-ministro não é de autoria de Torres. Pelo Twitter, Torres alegou que o documento recebido estava separado para descarte.
“Não é da autoria dele o documento. Eram diárias as abordagens feitas por populares ao ministro da Justiça e a mim mesmo como secretario nacional do Consumidor pedindo que levasse ao presidente algum tipo de sugestão”, disse Roca. “Eram escritos, às vezes manuscritos, às vezes digitados, mas era muito comum isso, principalmente no Ministério da Justiça”, continuou o advogado.
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