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Pólio e meningite fazem vítimas por causa da baixa vacinação

Apenas 50% das crianças foram vacinadas contra a paralisia infantil em 2022; até julho, só 63% delas estavam protegidas do meningococo 

Uma criança de 3 anos testou positivo para o poliovírus (Sabin Like 3), vírus que causa a poliomielite. A ocorrência está sendo investigada pela Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa), que trata como “caso suspeito”. De acordo com um relatório de Comunicação de Risco divulgado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde – Ciev/Sespa, a criança teve o vírus identificado por análise de isolamento viral de fezes. O documento, porém, informou que o caso segue em investigação, já que “outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como Síndrome de Guillain Barré, conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde”.

O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que enviou equipe ao Pará nesta quinta-feira (6) para investigar o caso. A pasta destacou “que não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil”. O último registro de poliomielite no Brasil foi em 1989, na Paraíba. De lá para cá, a doença foi erradicada, mas está retornando de modo sorrateiro.

Desde 2015 a cobertura vacinal em território nacional está abaixo do mínimo de 95% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E piora. Apenas 50% das crianças foram vacinadas este ano. A queda das coberturas vacinais contra a doença que se repete desde 2016 e têm gerado desde então sucessivos alertas de especialistas sobre a volta da pólio, que pode causar morte e sequelas motoras irreversíveis. Em 2021, o percentual de cobertura ficou abaixo de 70% pela primeira vez (69,9%). O Pará é um dos terrenos ideais para a volta deste mal, com 55,73% de vacinados. Um retrocesso inconcebível para um país que mesmo quando era mais pobre e ignorante que agora, dava exemplo ao mundo com suas campanhas de imunização.

A poliomielite não tem tratamento, mas o Programa Nacional de Imunizações (PNI) dispõe de vacinas seguras e eficazes que devem ser utilizadas para proteger crianças desde o primeiro ano de vida. É só ir a postinho. A primeira vacina contra a doença surgiu em 1950, a segunda em 1952 e a mais usada, desenvolvida por Albert Sabin, e, 1953, foi adotada em larga escala nos Estados Unidos em 1958. Em 1962, a Sabin passou a ser usada em campanhas globais. Em 2020, a OMS anunciou a erradicação da doença na África. Seis décadas, a transmissão do poliovírus selvagem só ocorre no Paquistão e no Afeganistão, onde as campanhas são inoperantes. O Brasil pode retroceder pelo mesmo caminho.

Meningite também assusta

Com uma taxa de mortalidade elevada, a meningite também retornou devido à baixa adesão vacinal. A cidade de São Paulo registrou nesta semana mais dois casos de meningite meningocócica (imagem), que é causada por bactéria. Um dos casos terminou em morte. A vítima é um homem de 22 anos, que morava na zona norte da capital paulista. Só em 2022 ocorreram 10 mortes na cidade de São Paulo por causa da doença, que é contagiosa e provocar sequelas graves.

Há um surto nas regiões da Vila Formosa e Aricanduva, na zona leste, onde já foram registrados cinco casos. No entanto, a Secretaria de Saúde enfatiza que os novos casos são isolados e não têm relação com o atual surto.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), até julho deste ano, apenas 62,9% das crianças tinham sido imunizadas contra a meningite. A meta é alcançar 95% do público até o final do ano. Enquanto isso, até 24 de setembro, quando encerrou a 38ª semana epidemiológica, a Bahia tinha registrado 273 casos confirmados de meningites de diversos tipos. 

O registro é 160% maior que o mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 105 casos. Em 2020, foram 143. Este ano, já ocorreram 43 mortes pela doença. Em 2021, foram 21 óbitos, quase 50% a menos. 

Diante das notificações, foram feitas ações de prevenção e controle da doença, como quimioprofilaxia dos comunicantes próximos (comprimidos dados a pessoas que tiveram contato com um paciente da doença para evitar o desenvolvimento da meningite) e intensificação vacinal na região.

Uma campanha de esclarecimento é necessária. Em 1975, durante o período mais agudo da ditadura militar, a maior epidemia de meningite da história do Brasil provocou 411 vítimas fatais no estado de São Paulo. A censura impediu que a divulgação daquela crise sanitária.

Dicas de prevenção

  • Lavar as mãos com frequência, especialmente após trocar fraldas, usar o banheiro, antes de comer e ao assoar o nariz;
  • Cobrir a boca ao espirrar ou tossir;
  • Manter os ambientes sempre ventilados;
  • Ter uma dieta equilibrada e fazer exercícios;
  • Seguir as orientações médicas para manter doenças crônicas sob controle.
  • A principal forma de prevenir a meningite em crianças é através da vacinação.

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