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Por que essa obsessão com o salário de Moro em uma empresa privada?

O candidato Sergio Moro avisou que irá revelar hoje quanto ganhava na empresa de consultoria Alvarez & Marsal – proventos que recebia em dólares, diga-se de passagem, pois estava baseado em Washington, nos Estados Unidos. O Ministério Público requisitou essa informação, através do Tribunal de Contas da União, e anunciou que vai divulgá-la quando recebê-la.

O MP alega que a consultoria recebeu recursos de empresas investigadas pela Operação Lava-Jato e, assim, Moro poderia ter se envolvido em um caso de conflito de interesses. Ocorre que o ex-juiz atuou na área de disputas e investigações do grupo, que tem até CNPJ diferente da consultoria, que tinha contratos com as companhias investigadas.

De qualquer forma, qual é o real interesse do MP em divulgar o quanto ganhava Sergio Moro no setor privado?

A motivação deste circo parece ter raízes no mundo da política. A ideia talvez seja mostrar que o ex-ministro ganhou uma fortuna em uma empresa que recebeu recursos de companhias investigadas por Moro na época em que atuava como magistrado. Mais que isso: comparar seus vencimentos com o salário-mínimo e mostrá-lo nas redes sociais como um elitista.

Por enquanto, Moro continua estacionado em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais – aparentemente sem chances de encostar nos números obtidos por Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Portanto, o motivo por trás da investigação parece ter também uma dose de vingança, uma vez que o ex-ministro saiu do governo atirando.

Vamos deixar a figura de Sergio Moro de lado por alguns instantes e pensar neste caso apenas com os fatos na mão. Trata-se de alguém que saiu da esfera pública e foi trabalhar em uma empresa privada. Por que esse indivíduo deveria ser constrangido a revelar quanto ganhou de seu empregador?

Muito provavelmente, ele foi contratado a peso de ouro. Mas qual é o problema se ele ganhou uma nota preta? E qual o propósito de desnudar um salário muito maior que o da média dos brasileiros? Explorar a culpa católica entre os eleitores do país?

Quando lembramos que essa informação terá de constar da documentação a ser entregue à Justiça Eleitoral (dentro da declaração de imposto de renda), percebe-se que o constrangimento é mesmo motivado para criar embaraços à figura do candidato.

A política brasileira precisa de novos nomes e necessita urgentemente de renovação. De onde virá essa nova leva de políticos que pode reciclar o cenário eleitoral? Muito provavelmente, a esfera privada será uma grande fonte de candidatos. Esta intimidação imposta a Moro pode ser dirigida a qualquer empresário que decida enveredar pela vida política. Ou seja, é mais uma forma de manter o mundo político fechado aos mesmos nomes de sempre, desestimulando aqueles que desejam contribuir para tirar o país do atraso.

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