Em meio a um cenário de crise fiscal e discussão da sociedade a respeito de temas como corrupção e ética, categorias que estão entre as mais bem pagas do funcionalismo público – juízes federais, do trabalho e procuradores – prevê greve nesta quinta-feira (15). O motivo, embora não declarado abertamente, é a defesa de benefícios e penduricalhos, como o auxílio-moradia e, claro, aumento de salários.
Em entrevista a MONEY REPORT, Guilherme Guimarães Feliciano, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), nega que a paralisação seja em defesa do auxílio-moradia. Ele aponta três motivos para a manifestação: aumento de 40% nos salários de juízes e procuradores; protesto contra projetos de Lei no Congresso que, segundo ele, ferem a independência do Judiciário; e criação de um modelo nacional unificado de remuneração para a magistratura. O auxílio moradia é defendido por Feliciano “Esse benefício está na lei, e portanto, nos parece correto”, disse, em entrevista a MONEY REPORT. Feliciano propõe um modelo remuneratório do subsídio em parcela única. A defesa do benefício foi um dos motivos que levaram a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) a também convocar greve para o dia 15 de março.
A paralisação tem amplo apoio no meio dos magistrados: 81% dos mais de 1.300 juízes federais aprovam a convocação.