Homero de Giorge Cerqueira foi exonerado nessa sexta-feira (21) da presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela proteção das áreas de conservação florestal federais. Ex-comandante da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, Cerqueira estava à frente do órgão havia um ano e quatro meses. Ele foi convidado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mas houve uma ruptura entre ambos.
As causas dos incêndios no Pantanal seriam o motivo de divergência, mas há quem aponte que Cerqueira teria desagradado Salles por, supostamente, ter tentado se autopromover, aparecendo em debates virtuais. Na terça-feira (19), em Cuiabá (MT), ambos divergiram sobre compensações ambientais. Salles teria concordado com as demandas de fazendeiros do Pantanal. Outro foco de pressão na relação de ambos e sobre o governo federal na questão ambiental é a Amazônia. No fim de julho, os três principais bancos do país apresentaram ao governo federal um plano com dez medidas para desenvolvimento sustentável da Amazônia. Salles não teria gostado do protagonismo que os militares adotaram na questão, liderados pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
Desde que assumiu o ICMBio, em abril do ano passado, Cerqueira nomeou militares para diretorias regionais e realizou indicações que não teriam perfil técnico, o que gerou críticas e acusações de funcionários do órgão. O instituto é responsável por 334 unidades de conservação, espalhadas pela Amazônia, Pantanal, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e áreas marinhas. Também responde por 14 centros de pesquisa e conservação de espécies. Ainda não foi divulgado quem deve substituir Cerqueira.