Durante o painel “O Ambiente Político e as Eleições de 2022 no Brasil” do MacroDay do BTG Pactual, nesta terça-feira (14), os presidentes de partidos Gleisi Hoffmann (PT-PR), Bruno Araújo (PSDB-PE), ACM Neto (DEM-BA) e Gilberto Kassab (PSD-SP) (da esquerda à direita) destacaram a democracia, eleições, o efeito Bolsonaro contra as instituições, a polarização exacetrbada e a terceira via.
Para Kassab e ACM Neto, que disputam o coração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a viabilidade da terceira via está imposta, porém precisa ser contruída. “Não há ausência de apoio para a terceira via e acho que Bolsonaro não estará no segundo turno”, apostou Kassab. Para o tucano Bruno Araújo, o jogo dentro de seu partido, que se prepara para as prévias, estaria equilibrado – não há favoritismos e é necessário aguardar para construir a partir do resultado interno.
A petista Gleisi Hoffmann destacou que a polarização não é o problema, nunca foi, desde que PT e PSDB disputaram eleições. O problema é a forma como o pleito de 2022 está imposto. “Nós quatro aqui somos divergentes, mas somos democráticos. Jogamos dentro das regras, Bolsonaro, não. Ele ataca as instituições e as eleições que vamos disputar. Queremos que a terceira via se apresente e apresente suas propostas”, destacou.
“Um impeachment no Congresso começa nos bastidores. Na semana de 7 de setembro, muitos me procuraram com o intuito de impeachment. Os interessados iam desde políticos até militares”, afirmou Kassab. Para ACM Neto, o jogo político está muito antecipado devido às crises que o governo causa para si e o retorno de Lula ao tabuleiro eleitoral. Para Kassab, a crise também é resultado de uma condução desastrosa da pandemia, uma “postura fora do esquadro de chefe do Executivo”, além dos 15 milhões de desempregados. Para Hoffmann, é aí que o Partido dos Trabalhares e o ex-presidente Lula se viabilizariam. “Os mais pobres, ou seja, a maior parte do eleitorado, reconhece o lastro social do partido e Lula como alguém que os incluiu no Orçamento”. Ainda sobre o Orçamento, a petista disse que a Lei do Teto de Gastos perdeu a credibilidade. “Qual teto? Utilizamos o Orçamento de guerra, crédito extraordinário e emendas do relator. O discurso do teto só é válido quando usado aos empobrecidos”.